Este texto é complemento do texto: Um Estudo sobre o Umbral - Parte I
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Amparadores Espirituais:
Primeira parte da matéria,
publicada na Revista Sexto Sentido N. 21 - Maio de 2001.
Em entrevista especial à Revista
Sexto Sentido, o professor Wagner Borges, especialista em projeção astral, fala
de modo claro e objetivo sobre os Amparadores Espirituais - seres que auxiliam
as pessoas na hora da morte - fornecendo detalhes impressionantes sobre a
transição a que chamamos morte e as dimensões do outro lado da vida. Nós
sabemos que você faz parte de um grupo de Amparadores Espirituais no plano
astral, que ajudam as pessoas na hora da morte.
— Quem são esses Amparadores e
exatamente de que maneira eles, ou vocês agem?
- Os amparadores são um grupo de
espíritos formado principalmente por orientais. São egípcios, chineses,
tibetanos, pessoas que já lidaram com algo parecido aqui na Terra, em outras
épocas, que desencarnaram e estão em um nível excelente. Quando o corpo
espiritual se desprende do físico durante o sono ou na morte, ambos estão
conectados por um campo energético, que é a aura. Nessa aura estão os chacras e
os filamentos energéticos que saem desses chacras se juntam para formar uma
ligação - a ligação do espírito com o corpo através do conhecido cordão de
prata.
Na hora do desprendimento
definitivo ou morte, seres espirituais bondosos e evoluídos aparecem e
desconectam esses filamentos para desprender o espírito, da mesma forma que um
parteiro ajuda no nascimento de um bebê e no desligamento da ligação que é o
cordão umbilical. Os seres desligam o cordão de prata e sobra um coto de
cordão, só que não é no umbigo, mas na cabeça do corpo espiritual. Nesse
momento, normalmente a pessoa apaga, como um mecanismo da consciência. Então
ela é puxada para um vórtice, como se fosse uma passagem entre dimensões - por
isso as pessoas que têm experiências de quase-morte falam sobre passar por um
túnel de luz, que é uma abertura entre dimensões.
Então, os Amparadores puxam a
pessoa para fora do corpo e a ajudam a atravessar o buraco energético, fazendo
com que ela saia na dimensão seguinte, que as pessoas chamam de plano
espiritual ou plano astral. Normalmente, ela desperta algumas horas ou dias
depois num hospital espiritual. Esses hospitais foram construídos por seres
avançados, que elaboram formas mentais e as plasmam com o pensamento.
São construções energéticas que,
para os espíritos naquela freqüência, são tão sólidos quanto os objetos desta
nossa dimensão terrestre. Os espíritos mais sutis atravessam esses ambientes
porque são mais rarefeitos, mas naquela dimensão, para quem está lá, os objetos
são tão densos quanto os daqui são para nós. A pessoa se vê num ambiente
propício para a recepção de recém-desencarnados, onde o que sobrou do cordão de
prata é então rompido. A pessoa acorda num hospital extrafísico após a morte,
não porque esteja doente, mas para romper essa conexão. Esses hospitais são
locais de transição. Dali ela passa para a dimensão correspondente ao seu
nível.
Nossos pensamentos e emoções se
plasmam energeticamente em nossa aura, em nosso corpo espiritual. Assim, nós
somos a somatória do que pensamos, sentimos e fazemos durante a vida. A cada
noite, quando nos desprendemos para fora do corpo físico, o corpo espiritual
carrega a vibração de tudo que ocorreu naquele dia. Na hora da morte, a
vibração do corpo espiritual é a soma de tudo que você pensou, sentiu e fez
durante uma vida inteira. Pode-se dizer que cada pessoa que desencarna carrega
um campo vital contendo tudo o que ela é como resultado de tudo o que
desenvolveu e fez em vida. Quem tem uma vibração ‘x’ no corpo espiritual, após
a morte é atraída para o plano extrafísico de uma dimensão ‘x’, compatível com
a vibração que ela porta.
O plano espiritual se divide em
subdimensões:
Muitos as dividem em sete níveis,
outros em três. Os que dividem em três fazem da seguinte maneira: plano astral
denso, plano astral médio e plano astral superior. No denso estariam as pessoas
complicadas, seria o chamado umbral, o Inferno. O plano astral superior seria o
Paraíso do Espiritismo. E o plano astral médio seria onde se encontram as
pessoas mais ou menos, ou seja, iguais a nós, mais ou menos boas, mais ou menos
complicadas. Em outras palavras, a maioria.
— E o lugar que os espíritas
chamam de Umbral?
- A palavra umbral significa
muro, e é a divisória entre o plano terrestre e o plano astral mais avançado.
Uma divisória vibracional, onde
quem tem o corpo espiritual denso não atravessa, como uma peneira vibracional.
Eu costumo dizer que Inferno e Paraíso são portáteis: você carrega dentro. Se
está bem, o Paraíso está dentro de você. Se sai do corpo nessa condição, você é
atraído por uma vibração semelhante a que existe em seu interior.
- A passagem para o Paraíso está
dentro de nós.
- E o Inferno é a mesma coisa, é
um estado íntimo.
Veja uma pessoa cheia de
auto-culpa e compare com aquela imagem clássica do diabo colocando alguém
dentro da caldeira e espetando. A auto-culpa espeta mais do que qualquer diabo,
porque nem é preciso o Inferno vir de fora: ele já está dentro e o diabo é você
mesmo.
O Umbral é uma região muito
pesada porque reflete o estado íntimo de quem lá está. Você encontra lugares
que lembram abismos, cavernas escuras, tudo exteriorizado do subconsciente dos
espíritos, como formas mentais. Quando você olha no fundo desses abismos vê que
está cheio de espíritos, mas eles não voam, são densos. Você encontra favelas
no plano espiritual, cidades medievais. Os espíritos vivem presos a formas
mentais das quais, muitas vezes, é difícil escapar. São esses que os seres
evoluídos buscam ajudar nessas dimensões.
— E como eles fazem isso?
- Normalmente, resgatam os
sofredores usando médiuns ou projetores astrais fora do corpo, utilizando a
energia do cordão de prata para se tornarem mais densos e puxar as pessoas. É
por isso que, desde os 15 anos, fui levado muitas vezes a esses ambientes para
dar passes nos espíritos, fora do corpo. Você dá um passe e isso muda o padrão
vibracional do corpo espiritual da pessoa.
Tão logo isso acontece, os
espíritos mais avançados, que não tinham acesso, conseguem pegar a pessoa e
levar para um hospital extrafísico. Aí começa um tratamento energético,
puramente de luz, para desintoxicar os chacras extrafísicos do corpo
energético, e tratamento psicológico para fazer a pessoa encarar sua situação,
conseguir se entender e sair daquele problema. E também é trabalho, terapia
para que a pessoa saia daquilo sem ter auto-culpa, porque a auto-culpa segura a
pessoa no passado. Ela precisa entender que Deus não condena ninguém.
Eu já passei por lugares desse
Umbral em que era tudo escuro, e eu sentia que passava por cima de pessoas que
se arrastavam. A única luz que tinha ali era a minha, um ser humano. E algumas
pessoas se seguravam em mim e falavam, "Anjo, me tira daqui!". Eles
achavam que eu era anjo porque tinha alguma luz.
— E você não tinha como tirar
essas pessoas de lá?
- Não, porque tinha ido tirar uma
pessoa determinada. Eu estava direcionado para pegar uma e puxar. E também, vários daqueles que estão ali
sofrendo e pedindo ajuda, se forem tirados daquele ambiente e levados para um
lugar melhor, basta que se recuperem um pouquinho e já começam a aprontar. Esse
pessoal precisa ralar um pouco para perceber que não se pode fazer ao outro
aquilo que você não quer que façam com você. Não é uma punição divina, é causa
e efeito. O que você fez para o outro fica marcado em você.
Eu cresci no Rio, na Baixada
Fluminense. Vários amigos meus morreram por causa de droga, outros porque se
tornaram policiais e morreram em tiroteio com bandidos, cumprindo o dever, e
outros se tornaram marginais. Um desses rapazes virou policial e fez parte de
um grupo de extermínio de bandidos. Eu já tinha me mudado para São Paulo, e ele
inclusive já não mora mais no Rio - deixou a polícia, nem sei onde está. Eu
despertei fora do corpo no Rio de Janeiro, na rua do bairro onde cresci, e
comecei a ouvir uma gritaria.
Lá na ponta da rua começou a
aparecer uma energia alaranjada, pesada, e de repente chega o rapaz correndo.
Ele estava fora do corpo perseguido por um grupo de doze espíritos, com pedaços
de pau nas mãos - tudo plasmado: facões, etc. Gritavam. "Pega, pega esse
miserável!". E o sujeito estava projetado fora do corpo, ou seja, fora do
corpo ele é perseguido pelos sujeitos que ele matou.
Eles passaram correndo perto de
mim e, quando ele passou, eu vi que estava cheio de buracos de bala, plasmado
no corpo espiritual. Aí eu entendi uma coisa que o espírito André Luiz sempre
falou nos seus livros: cada coisa que você faz para o outro fica marcada em
você espiritualmente. Cada bala que ele tinha enfiado em alguém, a marca estava
nele, porque a forma mental do ato ficou grudada nele. Se durante o sono ele já
está assim, imagine na hora em que desencarnar.
Ele vai ficar nesse plano astral
denso por um bom tempo.
Lembra um pouco o filme Ghost.
- Muitas coisas ali são reais, e
também o Sexto Sentido. Ou aquele filme Amor Além da Vida, com Robin Williams -
aquela parte de formas mentais plasmadas. É a riqueza do filme. Aquela parte do
Umbral, em que ele vai buscar a mulher suicida, é baseada na Divina Comédia do
Dante Alighieri. Dante foi um grande projetor. Como vivia no século XIV, em
Florença, Itália, ele não podia falar abertamente porque iria para a fogueira.
Aí ele camuflou os relatos. Todas
as pessoas que se projetam e já foram nesses planos pesados sabem que o Dante
era um viajante astral, porque já viram coisas parecidas. É uma outra
realidade, que a humanidade não conhece. Mas
uma coisa é certa: não vale a pena fazer o mal. Não é que Deus vai punir ou o
Diabo vai pegar, mas você carrega de dentro de si tudo aquilo para fora e forma
o ambiente. Todo algoz se transforma em vítima. O que Jesus ensinou sobre tentar fazer o bem, tentar ajudar os outros
na medida do possível não foi à toa. Aquilo não tem nada de religioso - é
código de vida.
— Você já presenciou alguns
desencarnes?
- Sim. Eu já vi pessoas morrerem
e servi como elemento de ajuda no desprendimento. Outro dia tive uma
experiência. Vi um barco bem primitivo, cheio de africanos, que estava fugindo
de alguma coisa. O barco virou e todos morreram afogados. Eu vi os espíritos
saírem do corpo e, na hora, apareceu uma mulher hindu, desencarnada, que
estendia as mãos e projetava luz, puxando os espíritos e enfiando-os dentro de
um vórtice de energia. Eu já sabia que eles seriam recebidos do lado de lá.
Mentalmente ela me disse que os seres humanos são cegos e não estão vendo esse
amor, que os leva para o outro lado na hora certa. Que todo mundo recebe
assistência.
— Quem define a vinda desse ser,
que chega para ajudar? Ele sabe o que vai acontecer com antecedência?
- Ela já sabe que vai acontecer.
O processo de reencarnação não é aleatório. Existe uma organização extrafísica,
com seres mais avançados que coordenam os processos daqueles que estão
submetidos à roda reencarnatória. Vou dar um exemplo: quando você era pequeno,
você não escolheu o colégio em que estudou - seu pai e sua mãe o levaram para
lá. Depois, você cresceu e pôde escolher seu caminho.
Quando uma consciência ainda não
sabe o que é melhor para ela, seres mais avançados coordenam o processo até ela
alcançar a maturidade para decidir o caminho. Então, esses seres fazem com que
ela reencarne em países e situações adequados para aquela determinada alma
aprender o que precisa. Às vezes, você vem para uma vida para aprender uma única
característica que está faltando.
Nós temos livre-arbítrio e
podemos, por exemplo, encurtar o tempo. O suicida é um exemplo disso. Ele vem
com uma carga vital e acaba se suicidando. Vamos chamar a vida na Terra de ano
letivo: o corpo é o uniforme, o planeta é a escola. Você é enviado para uma
série, cada vida é uma série. Ao longo da vida certas coisas vão acontecer e
não são livre-arbítrio, mas experiências que esses professores preparam para
que a pessoa aprenda algo.
Mas existe o livre-arbítrio.
Dentro da sala de aula, o aluno não escolhe o currículo que vai estudar, mas,
por exemplo, pode escolher fazer amizade com o colega ao lado ou não. Ele pode
estudar mais ou menos. Pode quebrar a carteira ou não. A postura do aluno
dentro da sala de aula é livre arbítrio - o currículo que o aluno vai estudar é
programado. Como o aluno reage a esse currículo é livre arbítrio.
— E os ciclos familiares? Dizem
que ficamos reencarnando junto com as mesmas pessoas de um determinado ciclo
até as pendências entre todas serem resolvidas.
- Depende - isso também é
relativo. Existem milhares que reencarnam ao longo dos séculos e acabam se
encontrando ao longo das vidas, mas têm muitas pessoas que ainda estamos
conhecendo, que não vêm de uma vida passada. Alguns se perguntam: se há
reencarnação, por que a população da Terra continua aumentando? Porque vêm
pessoas de outros planetas para cá. Existem milhares de humanidades semelhantes
à nossa, espalhadas pela galáxia, na mesma evolução que nós. Existem milhares
de outras bem superiores, e milhares bem inferiores.
— O que ocorre quando existe uma
grande catástrofe, como terremotos?
- É uma espécie de carma
coletivo. As pessoas são atraídas para o lugar. Por exemplo, se precisa passar
pela experiência de morrer em um terremoto, você não vai nascer no Brasil, mas
na Califórnia, nas Filipinas, no Japão, em países sujeitos aos terremotos. O
pessoal que programa isso do lado de lá vai encaixar a pessoa num lugar em que
ela passe por aquela experiência. Isso já é direcionado.
Quando ocorre a tragédia
coletiva, o pessoal do lado de lá já sabe com antecedência e todos se preparam
bem antes. Do mesmo jeito que existem bancos de sangue nos hospitais, existem
bancos de energia do lado de lá. Como esses espíritos são sutis e as pessoas
que estão desencarnando, muitas delas, estão em condições bastante densas,
vários meses antes eles começam a extrair energia de médiuns, de pessoas
bondosas, de grupos ocultistas, espíritas, iogues.
Eles captam essas energias sem
ninguém saber e vão guardando dentro de aparelhos extrafísícos. Quando ocorre a
tragédia, eles usam essa energia para romper os cordões de prata, porque são
energias de seres humanos para seres humanos, mais compatíveis. Eu já vi isso
do lado de lá. Esses seres espirituais que ajudam - os chamados amparadores,
guias espirituais ou benfeitores - são pessoas, seres humanos desencarnados.
Entre eles você vai encontrar desde gente quase igual a nós, do mesmo nível,
pessoas bacanas, até aquele ser super-avançado que nem mais parece gente como nós,
mas uma criatura totalmente de luz.
— E como alguém é recrutado para
essa função?
- Na verdade, nós somos agentes
interdimensionais e já fazíamos parte dessa equipe do lado de lá. Apenas
reencarnamos para servir de suporte aos outros. A maioria dos sensitivos que
conheço é dessa turma, e é por isso que a comunicação que tenho com eles é
natural. Eu não acho que eles são superiores a mim, eles são meus colegas.
Agora, é claro que vai ter um colega mais ou menos igual, um mais complicado e
um mais avançado, como qualquer grupo de amigos. Você vai ter um amigo que é
gênio, um amigo que é chato e um que é igual a você. Espíritos são apenas seres
humanos extrafísicos, eles não são divindades. Por exemplo, eu não faço preces
para espíritos. Quando ergo a mente em agradecimento, penso num Todo, numa
Consciência Cósmica, e se eu tiver de pensar em alguém, penso em alguém como
Buda ou Jesus, não como foco religioso, mas como foco de inspiração, de
exemplo.
— Você tem um mentor?
- Tenho vários mentores. Existem sempre
dois ou três que me acompanham há mais tempo. Um deles se chama Vyasa, um
hindu, e é quem eu chamo de mentor de muitas coisas que escrevo. Esse é muito
presente. Tem outro que aparece como um chinês. E, dependendo da atividade do
momento, um ou outro é mais presente.
Tecnicamente falando, guia
espiritual é qualquer um que ajude você em algum caminho. Até o ser humano ao
seu lado pode ser seu guia, se ele abre caminho para você. Mas, por melhores
que sejam os guias, nenhum deles pode caminhar por nós. O que eles podem fazer
é apontar caminhos, sugerir idéias. E os guias também não tiram obstáculos do
caminho, porque esses obstáculos nos fazem crescer. Isso equivale a uma prova
na qual o professor não pode dar as respostas ao aluno.
O guia, que é um professor, um
mestre extrafísico, não pode dar resposta de alguns dramas, porque você aprende
mais na crise. Se o guia eliminasse a prova, a pessoa não desenvolveria aquela
qualidade. A função do guia, então, é tentar inspirar, para que você agüente o
tranco da prova, para que sua paciência seja grande, para que seu amor não
decaia, para que sua luz continue acesa, mesmo que tudo esteja em trevas à sua
volta.
— E quando o guia vê, por
exemplo, que uma pessoa vai cometer suicídio?
- Ele tenta o máximo possível
jogar ondas mentais para ajudá-la. Só que a pessoa costuma estar tão fechada em
suas próprias formas mentais, que fica impermeável. É a mesma coisa que tentar
conversar com um bêbado. Ele não escuta. Eu costumo dizer que muitas pessoas
estão embriagadas emocionalmente: elas não bebem álcool, mas bebem emoções
pesadas, tão pesadas que a capacidade de discernimento desaparece.
A pessoa é impermeável a tudo de
bom que alguém tenta dizer para ela aqui mesmo, na Terra; imagine do lado de
lá. Aí entram as leis de causa e efeito: a cada um segundo os seus pensamentos,
os seus sentimentos e os seus atos. É a lei mais justa que conheço, na qual
cada um recebe, lá na frente, aquilo que fez.
Nós vamos semeando a pista em que
iremos andar; alguns jogam pregos, e daqui a pouco começam a furar o pé nos
pregos que jogaram. Mas existem pessoas que jogam flores. Isso é causa e
efeito, é carma, não tem nada a ver com punição. O umbral não é criação divina,
é criação humana, porque esse plano é plasmado a partir das coisas trevosas que
estão dentro de nós. Foi o ser humano trevoso que criou o plano astral pesado,
da mesma forma que o ser humano avançado criou o plano astral avançado.
— Existem idosos que desencarnam
e seu espírito se manifesta para pessoas 20, 30 anos depois com a mesma
aparência envelhecida. Outros parecem mais jovens. Por quê?
- O corpo físico não reflete
nosso estado íntimo. Por exemplo, eu posso estar mal, mas disfarçar e ficar
rindo, e você não vai saber que estou mal. O corpo físico, o rosto, é uma
máscara que não reflete o que pensamos, por isso, podemos enganar uns aos
outros.
Quando você sai do corpo, o corpo
espiritual reflete o que você pensa, de modo que não dá para enganar o seu
estado íntimo. Até aqui, no plano físico, às vezes você vê um ancião e ele tem
viço na expressão; outras vezes você vê um jovem e ele está apagado. Quando a
pessoa deixa o corpo, o espírito que estava dentro dele, independente da idade,
pode remoçar, porque seu estado íntimo é jovem e o corpo espiritual plasma uma
imagem remoçada. Aquele que estava mal pode aparecer envelhecido, carregado.
— Se a pessoa deixa o corpo com
uma doença, ela pode continuar com a doença no astral?
— Pode continuar até se
desprender do condicionamento da doença. Por exemplo, muitos cegos passaram tantos
anos sem enxergar que acham que não conseguem ver. Então, às vezes é feito um
trabalho psicológico para a pessoa perceber que não está cega e que aquilo é um
condicionamento.
Uma vez eu vi um desencarnado que
voava numa cadeira de rodas. Ele não saía da cadeira porque passou 50 anos
sentado em uma. Essa cadeira não era mais física, virou psíquica, era o apoio
dele. O homem desencarnou e carregou a forma mental da cadeira de rodas. Depois
de um tempo ele vai se descondicionar e passar a voar normalmente, mas às vezes
a morte não quebra um condicionamento.
— Mesmo depois do espírito ter
passado por um hospital extrafísico, onde seu cordão astral é rompido, ele
passa por um tratamento para se adaptar à nova realidade de sua existência sem
corpo?
- Muitas vezes. O tratamento nos
hospitais é energético, mas quem pode mudar sua consciência? Pode-se tentar
mudar a energia, deixar a pessoa mais leve, mas ela mesma pode fazer esse
processo ficar arrastado, lento. Sem falar daqueles que não aceitam ter
morrido, devido a vários fatores.
A pessoa se vê num corpo
espiritual que reflete a aparência do físico; ela olha para si mesma e pensa
que não morreu, porque está com o mesmo corpo, ou porque Jesus não apareceu
como tinha sido prometido, ou porque achava que depois da morte ia ficar
dormindo até o dia do Juízo Final. E, se perguntam a ela por que ninguém a vê,
ela diz que estão todos cegos.
A pessoa arranja mil e um motivos
para não admitir o que aconteceu. Imagine as pessoas que negam a morte a vida
inteira, quando morrem elas não vão querer discutir isso e arranjam uma
camuflagem psicológica, distorcendo a realidade. Uns falam que é um pesadelo,
que vão acordar e descobrir que tudo aquilo não é verdade. Ou que os espíritos
à sua volta são demônios, que estão torturando. A pessoa fica num estado de
confusão e, às vezes, demora para melhorar.
Mas uma coisa eu garanto:
Toda pessoa que está bem por
dentro tem um processo muito mais rápido do lado de lá. E uma coisa com a qual
as pessoas não podem se enganar: uma excelente pessoa pode morrer
violentamente, atropelada, ou assassinada. O fato do corpo dela ter ficado em
picadinhos embaixo de um carro não significa que ela esteja mal.
Um segundo depois ela pode estar
bem do lado de lá.
E o fato de alguém morrer na
cama, dormindo, não garante que ela vá estar bem do outro lado. Tem muito
pilantra que morre dormindo. As pessoas se iludem com a aparência do cadáver. O gênero de morte não determina a qualidade
da consciência, porque o que determina essa qualidade não é a morte e sim o que
se fez em vida.
— Existem pessoas que, antes de
deixar o corpo, começam a ver parentes já falecidos?
- Isso porque eles geralmente vêm
ajudar, vêm puxar a pessoa para fora. Ainda mais alguém de idade, que já está
adoentado, com os sentidos físicos amortecidos. Essa pessoa está tendo um
adiantamento e, dias antes, já começa a ver o pessoal. Eu acho legal a pessoa
se desprender consciente do processo, porque ela carrega essa certeza dentro
dela e, nas próximas vidas, nasce encarando a questão da morte como algo
natural.
Uma dica que eu dou para o
leitor:
- Se a pessoa porventura estiver
saindo do corpo na hora da morte, e estiver consciente, ele vai ver seres a sua
volta. Se vir algum vórtice energético, ela deve entrar, porque irá fazer uma
passagem de dimensões tranqüila.
- Se ela não vir ninguém, porque,
às vezes, devido à diferença vibracional nessa hora, o cordão de prata ainda
não se rompeu; os seres estão ali, mas a pessoa não está vendo.
Um conselho que eu dou é estender
as mãos para a frente e projetar luz no centro da testa. O que acontece? O
padrão dimensional do corpo espiritual dela muda e ela vê todo mundo ao redor.
— E o que acontece depois que
alguém desencarna, passa por um hospital e já se encontra adaptada a sua
dimensão?
Nessas dimensões existem cidades
extrafísicas plasmadas por seres avançados, nas quais vivem comunidades de
espíritos. Quando a pessoa sai do corpo, vê o ambiente imediato, o quarto, a
cama. A próxima dimensão é o umbral, o plano astral mais pesado. Passando por
ele, estão os hospitais extrafísicos e, a seguir, as cidades astrais. A pessoa
não precisa passar por uma dimensão inferior para chegar à outra, porque é uma
questão de sintonia. Não é um deslocamento espacial, mas um deslocamento de
consciência.
Essas cidades, que existem sobre
os lugares físicos, lembram os ambientes imediatos de onde a pessoa saiu. Por
exemplo, uma cidade extrafísica por cima de São Paulo reflete uma realidade
igual à de São Paulo. Os espíritos mantêm uma realidade igual paralela para que
a pessoa se sinta ambientada logo que desencarna.
Nessas cidades espirituais não
existem problemas de dinheiro ou violência - é como se fosse a humanidade
legal, projetada do lado de lá. É um ambiente humano, com nível igual ao nosso
aqui, só que projetado do lado de lá. Então, as pessoas têm atividades de
trabalho, lazer, como aqui, mas tudo simplificado e aprofundado. Ou seja, é o
plano físico perfeito.
Depois dessas cidades
extrafísicas, em que a pessoa recupera a lembrança de vidas passadas, reaprende
a voar, retoma ao seu nível, ela passa para outra freqüência, mais compatível
com seu estado interno. São os chamados lugares de estudo e aprendizado. Todo
mundo que está ali sabe que teve outras vidas, lembra de tudo, sabe mexer com
energia e já ajuda os outros.
Nesses ambientes você ainda vê a
divisão homem e mulher. Espírito não tem sexo, mas eles mantêm a identidade.
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