Para ler Ramatís
Alguns esclarecimentos
sobre a tônica das mensagens de Ramatis compilados apartir dos
prefácios de suas obras.
Ramatis em suas obras penetrou
corajosamente no campo de atividade das forças ocultas subvertidas pelas mentes
vigorosas dos magos das sombras. Enfrentando gregos e troianos, ele expõe-se ao
ridículo de uns e à admiração de outros; mas, decidido, quebra “tabus” e sacode
dogmas!
Suas obras, apesar de contestadas apressadamente por alguns líderes das elites
espiritistas conservadoras, ainda temerosos de assuntos complexos e espinhosos,
são de natureza didática e acessíveis à mente popular. Têm odor das coisas
agrestes, de seiva forte, malgrado ser amargosa para os paladares
muito açucarados. São mensagens às criaturas libertas de injunções sectaristas
e de preconceitos religiosos, que se animam em apanhar rosas, onde os velhos e
sisudos jardineiros desistem, por temor dos espinhos!
Ramatis poderia filiar-se à mesma
linha convencional das entidades do plano espiritual que transmitem
para a Terra assuntos já consagrados pelo “imprimatur” espírita.
Porém, ele deu preferência em abordar e analisar problemas controvertidos e
criticáveis, embora curiosos e inéditos, desmontando as prateleiras
arrumadinhas das mentes condicionadas a clichês tradicionais, pondo à
mostra inegáveis preciosidades, que não podiam ser identificadas pelos óculos
escuros dos conservadores.
Ramatis perturba o sono dos
crentes ortodoxos, pois cuida de assuntos esquisitos como profecias, astros
intrusos, planetas habitados, engenheiros siderais, discos voadores, visões
apocalípticas, técnicas de enfeitiçamento, câncer cármico, escolástica hindu,
calendário sideral, descida angélica, respiração cósmica, Umbanda, Teosofia,
Rosacrucianismo e Ioga, ainda estendendo-se a outras “coisinhas
sem importância”, como o Prana, Éter Cósmico e Físico, Duplo Etérico,
Chacras, etc. Focaliza, portanto, assuntos os mais diversificados sobre as
relações entre a vida espiritual e a física, sem quaisquer
pretensões acadêmicas, estribando seu valor no inatacável e indiscutível
convite cristico para o Bem, haurido na fonte imortal e sublime dos
ensinamentos doados por Jesus!
Para alguns, Ramatis é um pretenso mestre ventilando mensagens esdrúxulas, incomodando os acomodados, trazendo um tempero estranho ao paladar comum! Imprudentemente, ainda foi mexer com o carnivorismo do “bicho-homem”, despertando fúrias naqueles que muito apreciam comer carne, fumar e ingerir alcóolicos. Ele preocupou-se muito em esclarecer-nos quanto aos prejuízos e sofrimentos que nos acometem após a desencarnação quando ainda possuímos lesões no perispírito, que são comumente produzidas pelos vícios e desregramentos da vida carnal.
Referindo-se particularmente ao
vício do fumo, do álcool e à alimentação carnívora, ele
insiste em nos aconselhar à mais breve libertação dos costumes perniciosos que
ainda prendem a alma e a fazem sofrer sob o magnetismo
denso gerado pelo condicionamento vicioso. Os “canecos vivos” e as “piteiras
vivas” ficam advertidos e alertados do perigo da submissão
incondicional aos espíritos viciados das sombras, que perambulam sem corpo
físico sobre a face do orbe, como vampiros, explorando o
vício dos imprudentes encarnados!
Suas comunicações mediúnicas não
devem ser encaradas como um motivo de entretenimento ou um literatura atraente,
só porque é ditada por um espírito desencarnado, nem mesmo como literatura
rigidamente escravizada aos cânones acadêmicos do mundo físico. O
essencial é que tiremos nossas próprias ilações dos temas abordados que
descrevem, tanto quanto possível, a ação do espírito
e aconsequente reação da matéria.
Ramatis sempre insiste em abordar
em suas obras, sob novos ângulos, assuntos já ventilados anteriormente, visando
justamente elucidar-nos, de modo a dissipar quaisquer dúvidas que
ainda estejam flutuando em nossa mente, pois adverte que o homem tem “memória
fraca”, e, por isso, deve reviver os seus conhecimentos.
E certo que tal método, para
alguns talvez seja considerado um tanto prolixo ou cansativo, mas não seria
justo para ele que, para satisfazer aos adeptos mais esclarecidos,
prejudicasse a maioria, omitindo esclarecimentos de fenômenos ou
problemas complexos que não podem ser definidos e aceitos analisando
somente a sua superfície.
Esta orientação de Ramatis tem em
vista possibilitar a todos que o leêm uma compreensão integral das
matérias explanadas em suas obras, as quais atendem à finalidade prática e
objetiva de bem esclarecer para bem evangelizar. As repetições, insistências ou
martelamentos sobre um mesmo tema tem por escopo, portanto, auxiliar o leitor
menos familiarizado com assuntos mediúnicos espiríticos, a assimilar
mais facilmente o que pode clarear a dúvida. Aqui é conveniente se
considerar a grande diferença que existe entre os objetivos visados
pela literatura mediúnica, coma forma convencional de se escrever no mundo
físico.
As entidade desencarnadas, em
geral, assumem perante os “Mestres da Evolução”, o compromisso de transferir
para a Terra somente advertências, esclarecimentos ou revelações
inusitadas, sem qualquer preocupação estilística.
Basta-lhes a clareza, realidade, singeleza e utilidade imediata, sem
as preocupações de burilamento da forma, requintes de sintaxe ou fluência
verbal.
São obras mais didáticas, tendo
algo da frieza técnica dos compêndios científicos e ilustrativos de fatos
prosaicos.
A natureza elevada das
argumentações de Ramatis, sempre persistentes, cingem-se à necessidade de nossa
renovação urgente e ao cultivo das virtudes expressas por uma vida digna e sadia,
esclarecendo-nos sobre a melhor conduta para nossa mais breve
felicidade. As suas mensagens, embora respeitando qualquer direito de crítica
ou censura daqueles que não se afinem ao seu conteúdo ou modo de
argumentação, têm a finalidade de nos demonstrar
que a prática da virtude compensa e beneficia a alma, enquanto o
pecado é prejuízo a prolongar-se por muito tempo arraigado à nossa
vestimenta perispiritual.
Ramatis buscou todas as razões e
exemplos possíveis para nos explicar que, seja a virtude ou o pecado, ambos
se expressam sob as fases técnicas de um mecanismo científico e lógico, cujos
resultados influem profundamente na especificidade
magnética do perispírito. É tempo do homem integrar-se na
frequência vibratória da realidade imortal, evitando existência imprudente e
prejudicial, que depois o faz desencarnar entre terrores e sofrimentos,
abalando a contextura do perispírito no cenário
atemorizante do baixo astral.
É frequente a leva de
almas enlouquecidas, atribuladas e esfrangalhadas pela imprevidência e desinteresse das coisas espirituais, que aportam diariamente ao mundo oculto
depois de viverem existência epicurística, gozadora e inescrupulosa. Aqui entre
nós no plano carnal muitos zombam e riem dos tolos que pesquisam a origem
de si mesmos; mas é impressionante vê-los depois acovardados nas sombras
tristes e ameaçadoras das regiões purgatoriais.
Convidando-nos à
renúncia do mundo ilusório da carne e do ciclo triste das
reencarnações sucessivas a que nos algemamos tão negligentemente,
Ramatis oferece-nos princípios que, ao serem esposados, modificam também o
próprio eletronismo do nosso perispírito e o tornam mais diáfano e
fluente, suscetível de ser atraído mais facilmente para os planos
paradisíacos.
Esses princípios são todos
extraídos da doutrina de Jesus de Nazaré, expostos em sua admirável filosofia
evangélica, a quem Ramatis considera não apenas sublime legislador
sideral ou profundo psicólogo, senhor das artimanhas da alma humana, mas, acima
de tudo, um abalizado cientista que, ao nos indicar o “caminho doParaíso”
ou nos advertir da “senda do Inferno”, aludia à nossa movimentação voluntária
sob o comando de leis científicas e imutáveis, derivadas do mecanismo
cósmico do próprio Universo!
Ramatis explica e comove, esclarece e evangeliza! Toda a sua obra converge incondicionalmente para a terapêutica do Evangelho do Cristo, que ele considera a única solução para aliviar o sofrimento e a desventura humana.
E tônica frequente nas obras de
Ramatis o ensejo de advertir nossa mente para que reflita com mais frequência
quanto aos prejuízos espirituais que decorrem da constante negligência humana,
sempre propensa a “matar o tempo” ou a “passar o tempo”,
que é consumido geralmente no trato das futilidades, distrações banais,
leituras tolas, vícios e paixões perigosas que fascinam, divertem e
contemporizam aexistência humana, mas também fortalecem os laços cármicos
e conservam a alma hipnotizada pela ilusão da matéria.
Ao trazer ensinamentos e
revelações da vida além da carne, onde o espírito enfrenta problemas
incomensuravelmente mais complexos do que os fenômenos corriqueiros do mundo
material, onde se opera na matriz das formas através das leis utilíssimas da
vida imortal e, por isso, onde se distingue o que é melhor
para a criatura humana, Ramatis assevera que, felizmente,
pouco a pouco, o homem vai assumindo a responsabilidade direta
dos seus atos, compreendendo os ensinamentos sensatos e
lógicos do Espiritismo, e desvencilhando-se do infantilismo
das lendas bíblicas do Catolicismo e das provas de
fé do Protestantismo.
Entende conscientemente que, além da devoção religiosa e do amor ao
próximo, resta ao homem encarnado o dever e o compromisso íntimo de ampliar sua
consciência espiritual pelo trabalho, estudo e amor, e não pela crença e
adoração. Para Ramatis, jamais poderá o indivíduo confiar na salvação ou
conversão à última hora, sob a aquiescência do prestimoso
sacerdote, pois o paraíso não é concessão de nenhum credo religioso. Ele faz um
convite para realizarmos com ânimo e sinceridade as experimentações espirituais
no contato com a vida física, a fim de podermos ampliar a consciência
humana em direção à Consciência Cósmica do Pai.
Sua obra é, portanto, apenas uma
tentativa despretenciosa no sentido de auxiliar o leitor a despertar
um pouco mais da “grande ilusão” proporcionada pelos vícios e paixões da vida
física. Essa vida é necessária para o nosso maior adiantamento espiritual, pelo
que devemos aproveitá-la para buscar incessantemente o estado psíquico que mais
breve nos liberte do seio das forças agressivas que nos enlaçam tão
vigorosamente!
Embora as energias condensadas na
matéria sejam utilíssimas para o espírito durante sua educação encarnatória,
devem elas ser dirigidas e nunca comandarem, conforme é frequente acontecer com
as criaturas desavisadas da realidade imortal do espírito.
Ramatis concorre para exortar-nos
à necessária vigilância na travessia da “hora profética” dos “tempos chegados”,
e nos prepararmos para o severo exame da direita ou
esquerda do Cristo, transmitindo sua obra, vertida
para a linguagem humana, com o fim de “contribuir com a pétala
da boa vontade no roseiral do serviço do Senhor Cristo-Jesus”.
Como partícipe de algumas falanges de responsabilidade espiritual definida nos
círculos adjacentes ao nosso orbe, Ramatis esclarece que só não tem sido maior
o êxito dos trabalhadores invisíveis junto à humanidade, por causa dos hiatos e
truncamentos que sofrem as teses elaboradas no Além quando precisam fluir pelas
constituições mediúnicas encarnadas, ainda muito condicionadas às
imagens do mundo material. Raros médiuns estão capacitados para o serviço
exato, ou se colocam sob a diretriz definitiva do Cristo e,
se assim não fosse, de há muito tempo o intercâmbio espiritual entre o nosso
mundo e o Espaço estaria solucionado.
Por fim, adverte-nos em suas
obras para o considerável progresso que a Ciência humana, em evolução
permanente, atingirá nos próximos anos, quando algumas demarcações tradicionais
e já consagradas nos compêndios terrenos deverão sofrer novas equiparações.
Entretanto, apesar desses acontecimentos insólitos ou incomuns parecerem mesmo
ultrapassar as fronteiras do cognoscível permitido por Deus,
lembra-nos Ramatis de se tratarem de assuntos demarcados pela
transitoriedade do mundo material, isto é, de admiráveis realizações,
porém provisórias e inerentes ao tempo de durabilidade da massa planetária que
habitamos. Deste modo, insiste sempre em nos alertar que a maior
conquista do homem ainda não é ainterplanetária,
mas a vitória sobre si próprio, ao vencer suas paixões, vícios e seu
orgulho que retardam a permanência da alma sob a vestimenta
da personalidade humana.
A fórmula da matemática
sideral definitiva para a suprema glória do espírito ainda
éa mesma enunciada pelo inolvidável Jesus quando preceituou que “só pelo
AMOR será salvo o homem!”
Fonte do texto:
Fraternidade Ramatís Hercílio Mae
Recebido por mim (Anna) na Folha do Médium do Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz .
Recebido por mim (Anna) na Folha do Médium do Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz .
Imagens capturadas na Internet das capas editadas pela antiga Livraria Freitas Bastos. Nossa homenagem a estes bandeirantes da luz crística, históricos desbravadores e incentivadores. Atualmente a obra completa de Ramatís está editada pela Editora do Conhecimento, que deu continuidade ao projeto iniciado pela antiga Freitas Bastos, ampliando significativamente a distribuição dos livros por todo o território nacional.
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