Olá Queridos Amigos, Leitores e Seguidores do Blog Ametista de Luz, tenho o prazer e a felicidade de partilhar com vocês mais uma história real verídica, acontecida com um irmão que ao percorrer o caminho espiritual encontrou a paz, a luz e o amor verdadeiros, que só encontramos quando nos descobrimos seres espirituais, comandados por nossos guias, mestres, mentores, dirigidos à nos pelo Grande Criador Incriado, Deus Pai/Mãe, O Grande Espírito, o Grande Arquiteto do Universo, Zambi, Deus...seja da forma que quiser. o que vale é isso, é sentir o quão grande e profundo e maravilhoso é sentir-se uno com o Criador, suas criações, fazendo parte da chamada Unidade, independentemente do caminho escolhido, pois muitos são os caminhos que nos levam ao Pai. (Anna Cirene Aguyrre)
Diz o amigo Sr. Sete
Encruzilhadas das Almas que na vida temos 2 caminhos para serem escolhidos rumo
à Paz e a Alegria, que só se encontram em Deus. Ambos rimam: dor e amor. Como a
maioria de todo "bom encarnado", fui levado à Umbanda pelo que posso
chamar de esvaziamento interior, falta de ideal religioso, acomodação ante a
vida, etc... Em suma, a dor, maquiada conforme as nuances que o mundo nos oferece.
Venho de uma família eclética, filho de mãe católica e meu pai umbandista,
embora eu não tenha tido o prazer de vê-lo no seu terreiro, pois quando ele
faleceu (trabalhou como médium até seus últimos dias), estava com 16 anos.
Após o desencarne do meu
pai, continuei a não me interessar por religião alguma e querendo saber apenas
das atrações típicas da minha idade. Contudo, o tempo passa e a fantasia vai se
esvaindo e com isso surgem as responsabilidades e o tão famoso livre arbítrio
ganha mais força na vida da gente (às vezes mal usado, às vezes bem usado)...
em 1990, passava por momentos difíceis e um colega de trabalho vendo minha
tristeza aparente, me perguntou se eu queria ir num lugar no próximo sábado...
era o centro dele, onde ele era Ogã (eu e eu nem sabia o que era isso). Aceitei
e agradeço a Deus por isso, pois através desse ato cheguei à minha Casa
Espiritual.
Confesso que ao chegar ainda
pensava no que faria depois do centro, pois era sábado à noite. Mas, quando
cheguei lá e senti aquele cheiro de defumador, as cantigas, as palmas,
"senti" algo tão familiar que me despreocupei com os compromissos da
noite e relaxei.
Daí, a minha ficha era pra
falar com uma Preta Velha, Vovó Maria Quitéria da Bahia e quando me chamaram
vejo o Pai Valdo ali, sentadinho no toco, de avental e com um cachimbo na boca.
Tive vontade de rir, confesso, mas quando me sentei na frente daquela velha e
ela começou a desfiar seu rosário, fiz uma viagem por toda minha vida e voltei
a sorrir, coisa que não fazia a algumas semanas.
Terminando a Sessão, fui pra
casa pra não manchar com gosto de noitada um momento sequer daquela
experiência. Na semana seguinte voltei e recebi a dita ficha de uma Cabocla que
hoje eu a tenho como um madrinha espiritual, pois por seu intermédio hoje estou
aqui como umbandista. Chamava-se Indaiá da Cachoeira.
Essa Cabocla falou coisas
muito sérias para um Julio totalmente absorto, resultando, no fim da conversa,
com o papo sobre "fazer caridade". Me disse que eu era médium e tinha
um compromisso espiritual. De primeira relutei e aí, ela me convidou a ajudar a
Casa com panfletos para o mural, pois já era alguma coisa. Passei a semana
recortando mensagens e me preparando para o sábado seguinte. Foi, quando
perguntei para esse colega qual era a Gira. Ele respondeu: Exu. E ele ouviu um
sonoro "não". Tinha pavor. E não fui. O sábado que passei foi
vazio...
No sábado seguinte, fui de
novo, pois já reservava já para isso. Falei com outra Preta Velha, Vovó
Cambinda das Almas, da mesma médium da cabocla... mesma história... médium,
compromisso, etc. Um belo dia, me enganei no calendário e quando cheguei, atrasado,
vejo na porta do Abaçá um homem de chapéu panamá, bengala e capa preta (é o
zorro, pensei!), dando uma boa risada e olhando pra mim... ouvi o Ogã, no
atabaque: Laro yê, Exu! É Exu, e agora? E agora que eu fiquei apavorado, pois
eu fui uma vítima da falácia humana a respeito de quem é Exu e só descobri que
era tudo história pra galo de encruzilhada cantar, quando estive cara a cara
com um... peguei a ficha da Pomba Gira da médium, Maria Padilha da Figueira.
Fiquei fascinado com a simplicidade, segurança, o jeito sagaz e natural de me
mostrar tudo que eu precisava ouvir, sem constrangimento...até que por fim, ela
me deu um ultimato daqueles... só sei que saí da gira zonzo... pensando mil
coisas... Mas em contra partida, saí muito feliz com a Pomba Gira, feliz pela
forma como ela me conduziu, de como ela me abriu os olhos e me disse coisas tão
claras que eu não enxergava...
Pensei a semana inteira até
que na gira seguinte, essa Cabocla linda que é a Sra. Indaiá, me disse "e
aí, meu índio, já está mais que na hora. Não acha que chega de pensar que está
enrolando essa cabocla?". Não tive mais dúvidas, acabou a gira e corri pro
Pai Valdo dizendo que a Sra. Indaiá tinha mandado falar com ele. No sábado
seguinte estava ele jogando pra mim e jamais me esquecerei dessas palavras,
pois ele riu e disse "Você nunca trabalhou em lugar nenhum (Não, disse
eu...nem sei pra que lado vai mediunidade)?
Engraçado, tem um caboclo
que está dizendo que, com você, te aguarda para juntos serem como torneira
aberta para dessedentar os que sofrem". Não pensei mais que uma vez. Na
semana seguinte o último da fila da corrente era eu: 06 de Junho de 1991. O
nome do Caboclo era Pena Branca da Matavirgem.
Entrei em Junho e na gira
após minha estreia, foi Exu... fui apresentado a um grande amigo, a quem devo a
felicidade de viver hoje, que se chama Exu Malandrinho do Cruzeiro das Almas, o
mesmo que pensei ser o zorro... só que ao invés de "Z", ele riscou o
"V" de vida em meu peito.
Na festa dele, que ocorre
todo 08 de Setembro, estava cambonando uma pomba gira que não lembro quem era,
dei uma escapada pra dar um abraço no dono da festa. Ele me olhou, riu e pediu
pra cambone dele pegar um chapéu lá nas coisas dele.
Ela volta com um chapéu
panamá lindo e disse "esse chapéu é pra um grande amigo meu e seu
também!", eu peguei e fiquei segurando... ele disse "meu amigo,
Branco (como ele me chama até hoje), chapéu é pra por na cabeça"... e
pôs... e daí, aconteceu minha 1a. incorporação, com o meu grande amigo 7
Encruzilhadas das Almas.
No fim deste mesmo ano, na
gira festiva na Praia do Leme em Homenagem a Iemanjá, em Copacabana, Pai
Ventania chamou o Sr. Pena Branca na beira da água e pediu que ele riscasse o
seu ponto na areia e após isso, o descrevesse. Outro momento marcante...
após isso, eu estava
liberado para os aconselhamentos no Templo do Caboclo Ventania de Aruanda. Daí,
segui minha vida na Umbanda... em 1994, descobri outra faculdade mediúnica que
gosto e me afinizo bem que é a psicografia, me fazendo mergulhar nos
apontamentos de Kardec. Lembro que sempre fui muito dedicado à minha Casa, pois
procuro fazer do meu Templo meu lar espiritual e num dia que não lembro a data,
mas deveria (só sei que fazem uns 14 anos), Pai Ventania, numa sessão pública,
me chamou à frente do Congá e me virou para todos (médiuns e assistência). Que
emoção, pois ainda sinto esse dia e vejo tudo agora... Ele disse "esse
índio, a partir de hoje, é meu Pai Pequeno". Foi emocionante e a
responsabilidade maior ainda.
Nossa casa tem o propósito
de uma Umbanda séria, com Doutrina, com base teológica, a fim de ensinar,
libertar e ver as pessoas raciocinando com amor, sem crendices e superstições,
que são como moléstias impedindo que o espírito viva livre e em paz sua união
com Deus.
De volta ao Rio, tendo o Cruzeiro
da Luz reaberto suas portas, em 1º de Setembro de 2007, demos segmento no bom
trabalho, que este querido Pai Ventania, ratificou, diante dos outros filhos,
este chamado e eu mais uma vez, com o orgulho santo que ele nos ensinou a
sentirmos, aceitei com prazer e devoção. Na foto ao lado, em São Paulo, como
ocorrido em Salvador, Pai Ventania me confirma como Pai Pequeno do Templo.
Em Julho de 2008, esse
querido Pai Ventania, numa Gira de Caboclos, tal qual fez ao me chamar para ser
seu Pai Pequeno, chega diante de mim e, nas suas palavras firmes e amorosas me
diz: "Meu índio cujo os pés já conheceu tantas pedras no caminho, em nome
desta Casa, tem muito o que caminhar ainda, não é meu índio"? E eu assenti
com a cabeça, num gesto afirmativo. Após isso, esse Pai chama os outros dois
Pais Pequenos do Templo e, diante dos médiuns e da assistência, marca para Agosto de 2008 a minha Coroação como Babalorixá, contudo, mantendo a minha
fidelidade ao Templo como seu Pai Pequeno, nas hostes do Cruzeiro da Luz, no
Rio de Janeiro. Foi uma grata surpresa e, segundo ele e vários Guias, um
respaldo espiritual para todo o trabalho que desenvolvo no Templo, assim como,
no meu olhar humano, uma "medalha de honra ao mérito" com direito a
aval (múnus de ordens e comandos), pelo que sempre procurei representar para o
Cruzeiro da Luz.
E assim foi, na data
marcada, eivada de muita emoção e alegria, tive ainda o privilégio (presente de
Pai Ventania, como frisou o Sr. Malandrinho), ter neste dia a apresentação de 7
médiuns Vinculados à Corrente, todos delirantes de alegria. sem contar com a
presença firme e envolvente do meu querido Sr. Ogum Matinata, Mensageiro da
Vibratória de Pai Ogum, emanando seu axé de força, lei e ordem.
Mediunicamente, trabalho com
Caboclo Boiadeiro das Almas da Mina, na linha de Caboclos; Pai Benedito do Sr.
do Bonfim, na linha dos Pretos Velhos; Joãozinho da Estrada, na linha das
Crianças; Dr. Pedro Américo, no trabalho redentor de Oriente e Cura, e meu
querido Sete Encruzilhadas das Almas na linha dos Exus, reais amigos da
esquerda (expressão tão deturpada)... do lado esquerdo do peito. E, coordenando
todo o trabalho espiritual e mediúnico desse filho do Cruzeiro da Luz, o
querido Mentor e Pai, Caboclo Pena Branca da Matavirgem. Sem contar o restante
da família espiritual.
Sou o que sou, graças ao
Plano Espiritual que apostou em mim (e continua apostando), embora não seja
nada ainda... mas o que já andei, foi com o impulso deles, e o que enfrentei
seja de pequenos cascalhos até o sussurrar ladino das sombras, tentando me
desviar do caminho, foi com a ajuda deles. Se hoje vivo no mundo lutando
lucidamente para não me deixar levar por ele... eis os responsáveis, do alto,
esses 2 Caboclos, Pai Ventania e Sr. Pena Branca, e aqui, juntinho de mim, Sr.
Malandrinho e Sr. Sete Encruzilhadas, essa dupla maravilhosa que nos transforma
em pessoas de fibra e fé... forjando com o ferro e brasa da vida, suor,
lágrimas e muito amor...
E tem gente que fala dos
Exus. Ou então eu tive a sorte grande de ter esses dois amigos em minha vida.
Para a insatisfação de muitos que optam pela obscuridade e a mentira, existem
os Exus. E, principalmente, marcado na pele e na vida, seja de quem for, a presença
verdadeira da Lei através do querido Exu Malandrinho do Cruzeiro das Almas que
é mojubá ("aquele que enxerga no escuro", em iorubá), e do amigo e
irmão espiritual Exu Sete Encruzilhadas das Almas, que muitos pensam que só por
que ele sorriu que não sabe das coisas...
É isso... sou um veículo...
o que falo e minha postura nada mais são o que aprendi desses amados guias
citados, não esquecendo jamais também do Pai Valdo, pai, professor, amigo fiel
e irmão de uma jornada de vida e luta, mas onde a vitória é certa.
Pai Julio (Pai Pequeno do T.
E. do Cruzeiro da Luz)
Texto do Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro da
Luz
Ano 2012 – 252
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