Mediunidade é algo que
temos em comum com Espiritismo, por terem estudado a fundo o fenômeno
fica a recomendação de leitura das obras de Kardec e Chico Xavier. Como
sugestão, com o devido filtro, O Livro dos Médiuns (Allan Kardec),
"Nos domínios da mediunidade" e "Mecanismos da Mediunidade"
Chico Xavier / André Luiz (estes livros fazem parte da
"Série Nosso Lar" de 16 Livros, todos são muito importantes
como material de estudo).
A maioria de nós tem
mediunidade semiconsciente. Sendo assim, necessitamos de um processo
conhecido como desenvolvimento mediúnico. É nesse desenvolvimento que
iremos aprender a dar a passividade necessária para que os espíritos
possam se comunicar, por meio de nossa matéria. O desenvolvimento
lembra muito uma autoescola em que o veículo é nosso corpo, nossa
matéria. Aqui no caso não iremos aprender a dirigir um carro, vamos
aprender a emprestar “nosso carro” para que um outro dirija.
Pense o quanto lhe é
difícil emprestar seu carro para seu irmão, sua irmã, seu pai... Aquele carro
que você passou todo o final de semana limpando e dando brilho... Não é
difícil? Até carro com seguro é difícil emprestar.
Muito mais difícil é
emprestar seu corpo físico. Nós nascemos dentro deste “carro”, vemos a vida
pela janela deste carro, nos locomovemos com este carro, nossos cinco
sentidos se manifestam neste carro, por faculdades e órgãos que este
veículo nos proporciona... Mais do que isso... Não acreditamos que outra pessoa possa
dirigir este carro... Esta é a primeira barreira a ser vencida.
Acreditando que outra
pessoa possa dirigir este carro, este veículo mediúnico. Ao chegar a
um terreiro de Umbanda, muitos de nós ouvimos esta afirmação:
- “Filho você é cavalo!”
Eu quando ouvi isso na
minha primeira consulta com preto-velho pensei: “cavalo?”.
Ao perceber meu
estranhamento o Preto Velho chamou o Cambone, que me explicou: “ele quer dizer
que você é médium!”.
Ah... cavalo é médium!
Cavalo é veículo, não
precisou de maiores explicações, se ele é o guia e eu o cavalo, quer dizer
que incorporar é deixar que a
entidade te guie... muito simples de explicar... difícil de realizar, pois
somos “Cavalo Selvagem”. Precisamos ser “domados”, “educados”,
“doutrinados”, para nos tornarmos um com “veículo”. Um cavalo que sirva
bem a seu condutor/guia.
Uma das formas de pensar
esta educação, este desenvolvimento mediúnico, é compararmos nossa matéria, aparelho, a um
carro, um veículo automotor. A primeira lição que aprendemos é que outra pessoa pode
dirigir este carro, mas como isso funciona?
Pense naquele carro de
autoescola (americana) que tem dois volantes e pedais dos dois lados. Agora
se lembre do desenvolvimento, quando começamos a sentir aqueles “trancos”
e “tremeliques”... Lembrou? É aí que o guia está mostrando que mais alguém
pode dirigir seu veículo, podemos dizer "ele está sentado no banco ao
lado pisando no freio", para mostrar que, a um convite seu e com a sua
passividade, ele poderá dirigir este carro.
Daí para frente é começar
a soltar o “volante” para que ele possa dirigir. E conforme você vai se soltando, ele vai
assumindo a condução. Enquanto vai por uma rua tranquila, tudo bem, mas
chegando a uma curva, uma lombada ou mesmo uma ladeira, nos assustamos e
retomamos a condução, fazemos questão de pegar o volante, pois ainda não
temos segurança, não confiamos completamente na entidade/guia. Por
não sabermos que ele dirige muito melhor do que nós...
Este é o período de
desenvolvimento em que o médium não sabe se é ele ou se é o guia quem
está dirigindo, se não for bem
orientado pode até acreditar estar mistificando, o que não é verdade. Ali
no desenvolvimento estão dois "mentais" presentes na condução do
veículo, num momento um conduz, e noutro o outro conduz. Desenvolver é aprender
a entregar a condução, para a grande maioria de nós esta entrega
é consciente. O que o médium tem a aprender é dar passividade para a
entidade trabalhar.
Temos aqui
duas palavras-chave para o desenvolvimento da mediunidade: CONFIANÇA na
entidade que está manifestando e muita HUMILDADE para não se
iludir em acreditar estar adquirindo poderes sobrenaturais e para não
pensar que seu guia é o melhor de todos. Não achar que seu caboclo é
o GRANDE CACIQUE E PAGÉ FAZ TUDO DAS SETE LINHAS, CABEÇA DE LEGIÃO AO
QUAL TODOS DEVEM SE SUBORDINAR “por não saberem com quem
estão falando”.
INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA É PARCERIA, E DEPENDE DA CONFIANÇA DE AMBAS AS PARTES PARA ACONTECER!
Saiba que receberá
entidades que têm o mesmo valor de todas as outras, e que seu guia com
certeza acatará e aceitará as normas da casa de luz que o recebeu de
braços abertos, não indo contra o que é corrente e aceito dentro daquela
casa.
Tomando esses cuidados e
confiando, o médium está pronto para deixar o carro ser conduzido
pela entidade, esse processo lembra ainda o período em que um adestrador e
guia leva para domar seu cavalo que, por nunca ter sido montado e viver em
liberdade, é chamado de selvagem.
Domado, o cavalo está
pronto a ser montado. Muitos se referem ao médium como aparelho manipulado
pela entidade. Importante é darmos a passividade... Chega um ponto em que
deixamos até de prestar muita atenção ao que acontece, relaxando
e desligando um pouco da paisagem, simplesmente deixando que o guia nos
leve...
Texto de Alexandre Cumino
Nenhum comentário:
Postar um comentário