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Devemos seguir os preceitos que nos esclarecem, que o evangelho é muito
mais que um código de procedimentos morais onde balizamos nossas vivências e
anseios. Em verdade é uma reprodução em escala microcósmica das leis que
refletem os princípios macrocósmicos da mente Universal.
Utilizando essa didática educativa que nos impulsiona evolutivamente, JESUS nos apresenta através de seus
exemplos, e com a utilização de parábolas, certos questionamentos que podem
orientar em qualquer época, qualquer tipo humano.
- De que maneira devemos compreender os ensinamentos contidos na parábola do joio e do trigo?
Embora o joio seja uma gramínea da mesma família do trigo, é considerado uma planta de má qualidade, pois sempre sufoca ou prejudica a espécie útil.
O joio oferece aspectos tão semelhantes ao trigo, que é muito difícil distingui-lo durante o seu crescimento. Quando começa a germinar é facilmente confundido com o trigo, pois lembra certas criaturas que, apesar de sua figura convencional e aparentemente correta, minam sub-repticiamente as atividades produtivas e benfeitoras dos outros seres.
- Por qual motivo JESUS usou este exemplo?
Jesus recorreu ao exemplo do
trigo sadio e do joio nefasto, talvez evocando certo acontecimento muito comum
no Oriente, quando, por motivos de ciúmes, vingança ou maldade, o lavrador
inconformado e vingativo mandava os seus agregados semearem ocultamente o joio
no meio da seara de trigo plantada pelo vizinho concorrente. Isso era feito à
noite, às escondidas, quando dormiam os lavradores prejudicados, jamais à luz
do Sol. O joio era semeado de modo tão sorrateiro, que as vítimas da indigna
façanha só percebiam o prejuízo mais tarde, quando já havia crescido a erva
nociva, e produzido os frutos inúteis.
Sob a visão sábia e sublime de Jesus, o joio simboliza toda reação e interferência nociva, que se faz na semeadura da palavra de Deus. É a própria atividade mistificadora de sacerdotes, lideres religiosos, mestres espiritualistas, chefões de seitas ou condutores de homens, que proliferam e crescem na mesma seara do bem, mas, na verdade, ali florescem, negativa e fraudulentamente, sufocando o próprio trigo que procura vicejar ao seu lado.
Baseado na profunda semelhança do trigo e do joio, e que não se define ainda na fase da sementeira; ademais, no subsolo, elas entrelaçam as raízes tão fortemente, que o joio extirpado, prematuramente, também causará o arrancamento das raízes do próprio trigo ainda tenro. É, então, de bom senso. esperar-se que ambos atinjam o amadurecimento final, a fim de se fazer a separação correta e sensata, na hora exata da colheita, quando são identificados pela frutificação.
“ Conhecereis as arvores pelos seus próprios frutos.”
Jesus, então, observa que na produção do bem e do mal, só é possível distinguir um dos extremos, quando chegam à completa maturidade.
Baseando-se em imagem tão sugestiva, Jesus desaconselha a destruição imperativa e violenta do mal, porque isso também pode resultar em prejuízo do bem. Em verdade, o mal não desaparece diante do bem, mas desenvolve-se com ele.
- Os estudiosos da verdadeira gênese do homem e da constituição da humanidade sabem que todo "mal" é apenas relativo, e com o decorrer do tempo faz-se evidente o adágio popular: "Deus escreve certo pelas linhas tortas". O mal, em síntese, nada mais é do que o próprio fruto das conceituações humanas, na sua busca de progresso ou do bem.
APRENDIZADO
• O que estamos plantando? Trigo ou joio? O plantio é livre, a colheita é obrigatória.
• O bem ou aquilo que achamos que é certo em nossa vida, ( as nossas escolhas )muitas vezes não condizem com o caminho da lei universal e das verdades divinas.
• Devemos ficar sempre atentos na nossa caminhada. Orai e vigiai.
• Espiritualidade, caridade e Fé, sem obras, sem ação e sem a prática e a vivencia do evangelho são apenas palavras, sementes jogadas ao vento. Conhecereis as arvores pelos seus frutos.
Sendo o bem a base de toda criação de Deus, jamais o joio da malignidade infestará toda a seara do mundo. Os bons ceifadores estarão atentos à espera do momento adequado para, então, operar de modo salutar em favor dos justos, bons, mansos, humildes e pacíficos, enquanto amparam os injustos, maus, vingativos e belicosos, no curso de redenção espiritual e da promoção ao bem. O Senhor jamais condena à morte, ou promove o desaparecimento dos iníquos e pecadores, mas ele os conduz à reeducação espiritual, criando circunstâncias e situações adequadas. Depois apura-lhes a contextura embrutecida e primária, desgastando-lhes os impulsos destruidores da animalidade, para catalisar a luz íntima do espírito imortal na síntese da redenção angélica. Aliás, é de conceito sideral e transmitido pelo próprio Jesus, que não pode existir o mal e os pecados eternos, em face de sua promessa de que "não se perderá uma só ovelha do aprisco do Senhor".
Fonte texto: livro O EVANGELHO À LUZ DO COSMO - RAMATÍS
Texto publicado no Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro da Luz - Ano 2012 - 117
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