Vamos entrar efetivamente
no assunto Mediunidade. O que é Mediunidade ?
– É a capacidade natural que nos
permite sentir e interagir com o plano espiritual.
Quem fez nosso curso:
Animismo e Mediunidade, deve lembrar que abordamos o assunto sob outro prisma:
- na de que apenas fenômenos que possa efetivamente estabelecer uma comunicação
entre um espírito e o plano físico, que tenha a obrigatoriedade de uma
intervenção de algum espírito para que possa estabelecer a comunicação, pode
ser considerada mediunidade. E que as capacidades naturais advinda do próprio
espírito do médium, como a clarividência, desdobramento, sonhos premonitórios,
etc. são fenômenos anímicos – da própria alma do médium e que não requer de
nenhum tipo de intervenção de algum espírito.
Porém, iremos neste material,
para facilitar o entendimento geral, adotar a interpretação dada por Allan
Kardec, onde todas as capacidades e fenômenos extra físicos e extras sensoriais
são considerados mediúnicos.
Mediunidade na Umbanda é inegável que a capacidade
mediúnica privilegiada na Umbanda é a incorporação (psicofonia = *o espírito
fala através do médium), pois por ser uma Religião conduzida pelo plano
espiritual de forma efetiva e direta, em conjunto com os dirigentes encarnados
dos terreiros, é preciso que os guias tenham acesso direto para se manifestar e
falar através de seus “aparelhos”. Podemos dizer que cada casa é um núcleo, uma
célula de um grande organismo que é a Umbanda, dirigida ostensivamente por seus
mentores astrais e dirigentes carnais. E para que essa parceria
“administrativa” ocorra, o dirigente é sempre um médium de incorporação, para
que possa ser o elo de ligação dos dirigentes espirituais para os filhos de
terreiro encarnados. Daí a grande importância da mediunidade de incorporação.
São os guias que trazem os ensinamentos para organização e estruturação de cada
casa, e como a casa deverá ser conduzida. São os guias que trazem os
ensinamentos para o nosso aprimoramento humano e espiritual, assim como nossos
irmãos mais velhos, nossos pais e mães de terreiros, que também tiveram como
mestres, nossos guias espirituais.
A relação entre adeptos e guias é intensa e
constante. É com eles que aprendemos a crescer dentro de nossa religião, que
aprendemos a crescer como pessoas e como família. São os guias que trazem os
fundamentos que cada casa irá seguir, e repassar aos seus filhos. A incorporação
difere dos centros Espíritas, a incorporação na Umbanda envolve mais o domínio
por parte da entidade nos centros nervosos e motor do médium *(e principalmente nos
chakras).
Há também a atuação mental, mas as sensações corporais que se sentem
são mais acentuadas, como apontamos mais acima. A entidade assume parcial
controle do corpo do médium, atua nos centros da fala, e estabelece a conexão
mental. Este domínio é relativo de médium pra médium e até de entidade para
entidades, podendo ser variante. Cada entidade pode atuar mais acentuadamente
em determinado chacra ou parte do corpo.
Assim como nas incorporações em
centros espíritas, o médium na Umbanda, também pode repassar o que vem a sua mente,
pois as mensagens vindas da entidade passam primeiro pelo seu campo mental, e
este, muitas vezes “ouve” internamente o que a entidade dirá, antes de ser
pronunciadas as palavras. Porém, vale lembrar que, quando se estabelece
perfeita sintonia entre médium e entidade, esse processo é tão automático, que
parece que é a própria entidade que assume a fala, e o médium é mero ouvinte.
Parecendo que não se passou pelo mental do médium.
Irradiação X Incorporação É
extremamente necessário colocarmos que as entidades começam primeiro com o
processo chamado de irradiação. Ela emana, irradia energia e trabalha nos
centros energéticos e aura no médium. Nesse trabalho, muitas vezes acha-se que
a entidade quer vir e incorporar. Mas não é bem assim. Para isso, ela primeiro
precisa trabalhar os corpos sutis do médium e ir aos poucos estabelecendo
favorável conexão. Na irradiação, o médium não perde o controle dos movimentos
do corpo. Pode ter certa dificuldade de movimentar algum membro, caso ele tenda
a contrair o corpo pela sensibilidade das vibrações que sente.
Interferência
psíquica Este é um problema, que é também pejorativamente chamado de *animismo,
é fato constante em iniciantes, e até mesmo, médiuns mais experientes que não
passaram por boa educação mediúnica. Como as incorporações , principalmente no
inicio, passa pelo mental do médium de forma mais lenta e perceptível, o médium
fica em dúvida se o pensamento é dele, ou da entidade. E isso pode gerar
conflitos, porque há duas consciências ali interagindo; médium e entidade. Além
disso, o médium novato questiona todo o tempo sobre o que ocorre a sua volta, o
que dificulta um relaxamento necessário para a entidade assumir o controle para
uma plena incorporação.
Como vocês podem ver até aqui, incorporar e ser um
veículo realmente eficaz e fiel ao que a entidade quer transmitir não é tarefa
fácil. Principalmente nos iniciantes, que estão cercados de dúvidas, medos,
questionamentos, insegurança e a ansiedade, que é um dos piores inimigos do
neófito. A pressa de querer saber quem são seus guias, de querer trabalhar
incorporando, dar consultas, atender pessoas, ter as coisas de seus guias, é o
pior dos engodos que podemos passar. Pois essa pressa, pode se misturar a
períodos de irradiação promovida da entidade e daí para uma pseudo-incorporação é
um salto muito grande.
Não tenha pressa jamais. Não apresse o falar das
entidades. Muitas vezes as incorporações começam de forma lenta, e a entidade
vai dominando aos poucos o médium, mas não consegue ter um domínio tal, que lhe
permita falar através do médium. E nossa ansiedade, junta a corrente de
pensamentos que passam em nossa mente, de suposições e achismos, acaba-se por
ser a voz das entidades, muitas vezes. Além disso, nem sempre a entidade tem
algo a dizer ao cambono. Muitas vezes, ela somente veio trabalhar as energias
do médium e ajudar junto a outros guias, pela atmosfera energética da casa. Mas
o silêncio da entidade, pode incomodar os ansiosos e apressados iniciantes.
Agora, quando estabelecida uma incorporação plena, a entidade tem o dever de
falar quando lhe for solicitado. Afinal o objetivo da incorporação é a
comunicação oral. Se não for para se comunicar verbalmente não é preciso
incorporar, não concorda? Se for apenas para trabalhar as energias do médium e
do terreiro ou dos assistidos, *basta a entidade atuar irradiando através do
médium, e não precisa incorporar. Mas uma vez que se estabelece a incorporação,
é porque a entidade pode falar se for lhe perguntado algo ou solicitado. Não
existe entidade que não possa falar, seja sob quais condições teve em vida
pretérita. Pois ela irá usar o arquivo mental do médium para se comunicar.
Mesmo que ela tenha sido um espírito que encarnado, não teve acesso a língua
local, ela irá usar o conhecimento mental do médium para estabelecer uma
comunicação. Ela poderá falar de forma peculiar, mas é capaz de falar a língua
do médium. Além disso, o próprio médium, pode ser o medianeiro a transmitir o
que lhe chegam em pensamento, oriundo do que a entidade quer falar.
* Grifos meus Anna Cirene
* Animismo ocorre quando o médium dá passagem para o seu próprio espírito em uma vida passada.
*"basta a entidade atuar irradiando através do médium, e não precisa incorporar."
OBS: Quanto a esta frase que grifei e copiei aqui, é para dizer que não concordo com essa afirmação, pois o Guia que está incorporado sempre sabe o que está fazendo, Ele vê o que não vemos, e poderá ser um caso em que é necessário o ectoplasma (energia oriunda dos médiuns) para realizar tal procedimento e não será preciso ser falado ou comentado, enfim...
Texto postado no Terreiro de Umbanda Vovó Catarina
http://casadecatarina123.blogspot.com.br
Para ler: A Mediunidade na Umbanda - Parte I - acesse o link
http://ametistadeluz.blogspot.com.br/2013/11/a-mediunidade-na-umbanda-parte-i.html
Para ler: A Mediunidade na Umbanda - Parte I - acesse o link
http://ametistadeluz.blogspot.com.br/2013/11/a-mediunidade-na-umbanda-parte-i.html
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