domingo, 12 de agosto de 2012

AGENTES MÁGICOS (EXUS) E SEUS ARCANOS – l Parte




PERGUNTA: Afinal, o que é exu?

VOVÓ MARIA CONGA: Na concepção original do termo, não se classifica exu em um tipo de entidade. É um princípio vibratório que obrigatoriamente participa de tudo. É dinâmico e está em tudo que existe. É a força que impõe o equilíbrio às criaturas que ainda têm carmas negativos a saldar. E, sendo assim, abrange uma enorme parcela no Cosmo imensurável.
Cada um dos filhos tem o seu exu individual. Cada orixá com seus correspondentes vibratórios tem seus exus. É o exu, o executor das Leis Cósmicas. Não é nem bom nem ruim, nem positivo ou negativo. Sendo neutro, é justo. A função de exu consiste em solucionar, resolver todos os trabalhos, encontrar os "caminhos" apropriados, "abri-los" ou "fechá-los" e fornecer sua ajuda e poder a fim de mobilizar e desenvolver junto à existência de cada indivíduo a sua situação cármica, bem como as tarefas específicas atribuídas e delegadas a cada um dos guias e protetores.

Infelizmente, existe muita confusão e controvérsia sobre os exus. Não gostamos de falar bonito, mas a situação impõe que busquemos os conhecimentos disponíveis aos filhos.
Analisando a etimologia dessa palavra, não chegaremos a um consenso. Existem três correntes de pensamento entre os filhos que tentam explicá-lo: a primeira corrente afirma que a palavra exu seria uma corruptela ou distorção dos nomes esseiá/essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria continente que existiu no planeta Terra antes da Atlântida. A segunda corrente assevera que o nome exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos magos brancos do império. Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu/Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado. A terceira corrente afirma que o nome exu é de origem africana e quer dizer esfera. Ainda entre os hebreus encontramos o termo "Exud", originário do sânscrito, significando também povo banido e que, inevitavelmente, está ligado à lenda da Índia antiga.
Trouxemos toda essa erudição só para demonstrar aos filhos incrédulos a antiguidade do termo, e que vibratoriamente os exus acompanham os homens desde as civilizações primevas.

PERGUNTA: Mas os exus não são espíritos enfermiços, com deformações em seus corpos astrais e de fluidos altamente deletérios?

VOVÓ MARIA CONGA: Na época mais cruel da escravatura dos negros, muitos fugiam e se abrigavam nas florestas. Esses esconderijos, locais de ajuntamento de escravos fugidos, na mata cerrada, ficaram conhecidos como "mocambos". Logo após a alforria dos negros, muitos homens mais destacados na sociedade de outrora começaram a espezinhar os ex-escravos chamando-os de "mocambos", ou seja, rebaixando-os a fugitivos da lei. O desdém que se estabeleceu para com esses irmãos foi de tal monta, que vários estabelecimentos comerciais e hospitais das principais capitais da época tinham em suas entradas placas com os dizeres "mocambos metidos a gente não são bem-vindos", maneira desdenhosa encontrada de afrontar a liberdade que alcançava uma parcela importante para a sociedade da época.
Não muito diferente de outrora e em igualdade preconceituosa dissimulada, como se tratassem de fugitivos das Leis do Cristo, muitos filhos nos dias de hoje classificam como exus as entidades espirituais que não são bem-vindas; espíritos sofridos, como obsessores de aluguel, que são um tanto violentos pois estão hipnotizados por grande poder mental que os subjuga, e com sérias deformações astrais, que se apresentam nas atividades mediúnicas em algumas casas que apregoam "fora da caridade não há salvação".

Ficamos entristecidos ao observar que no mesmo templo em que se realizam reuniões, onde o verbo bem elaborado prende hipnotizada platéia pelos elevados conceitos de amor ao próximo, perdão e ações caridosas, não muito distante, alguns médiuns novatos, acomodados em penumbrosa e fechada sala, recebem severas reprimendas de diretores espirituais zelosos da "disciplina" na passividade mediúnica dos trabalhos que ocorrerão, rigorosamente impondo que para esse "tipo" de espírito, os temíveis "exus", o corpo mediúnico deve evitar maiores contatos fluídicos, sob pena de desequilíbrio dos delicados aparelhos no contato com vibrações tão enfermiças. Solicitam refutar o contato mais ostensivo pela incorporação ou a chamada psicofonia, dizendo que esses "irmãos" devem ser encaminhados o mais rápido possível ao Plano Espiritual e que os mentores que apóiam o grupo darão a devida conta.
Reconhecemos que há maior exigência dos médiuns e dirigentes nesses casos, mas os filhos não devem esquecer que tais "deformados" e sombrios espíritos são dignos de todo respeito e carinho, devendo ser tratados como "gente" do Cristo-Jesus e recepcionados com o coração mais exaltado de amor e júbilo do que nas ocasiões em que os mentores aureolados de luz se fazem presentes, já que são mais necessitados do magnetismo animal para se "recomporem"(1). Levem a efeito a caridade socorrista como fazia o Divino Mestre na Terra com os leprosos, aleijados, tuberculosos e loucos; a todos, atendendo com amor e dedicação esmerada, sem receio de contágios doentios.

1 - "Os sãos não necessitam de médico, e sim os doentes", lembrava o Divino Médico nas palavras que o Evangelho guardou. E acrescentou: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento."
Esses espíritos sofredores foram e são submetidos aos capatazes e torturadores das organizações malévolas e escravizantes do submundo inferior que habitam o Umbral. Verdadeiramente não têm nada a ver com os genuínos exus da sagrada Umbanda.


(Do Livro “EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL”  Ramatís e Vovó Maria Conga/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)




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