domingo, 6 de março de 2016

MAHASHIVARATRI - A GRANDE NOITE DE SHIVA


Anualmente se comemora a Grande Noite de Shiva – Mahashivaratri, a qual coincide com a 13ª noite e o 14º dias do mês de Phalguna, segundo o calendário védico. Milhares de pessoas se reúnem em templos da Índia e de outros países, onde o Senhor Shiva é conhecido e reverenciado. Em geral, seus devotos costumam fazer vigília à noite e jejuar de dia, enquanto cantam com intensidade e insistência ao mantra panchakshara – Om Namah Shivaya.


 O Mahashivaratri é um dos maiores festivais religiosos ocorridos na Índia. Festejado não só por adeptos da Tradição Shaiva, esta celebração é comemorada em vários locais do continente pan-indiano.

Na Índia, onde os devotos de Shiva são inúmeros, costuma-se observar – de acordo com o Shiva-Purána –, todos os meses, o Shivaratri, dia dedicado ao Senhor Shiva, na décima quarta noite da lua,  o último dia da lua minguante. Essa devoção inclui jejum e cânticos devocionais.

O Mahashivaratri é um grande Shivaratri. Grande porque nesse período do ano, que se situa entre fevereiro e março, o poder exercido pela lua (negra), no último dia da lua minguante, é menor, em relação ao resto do ano. Daí a grande celebração.

O aspirante espiritual, aquele que se esforça para obter purificação e transformação interna, vê na comemoração desse evento uma oportunidade de entrega, através do jejum, da dança e da repetição do Nome do Senhor Shiva, entoando mantras e cânticos devocionais.


Inúmeros grupos distintos de devotos ao Senhor Shiva realizam a cerimônia de adoração (pújá) em uma extraordinária festa noturna. Os Páshupatas, Aghorís, Kápálikas e Kálámukhas, adeptos mais radicais da tradição Shaiva, comemoram o Mahashivaratri intoxicados por uma bebida inebriante chamada thandai (a base de cannabis, amêndoas e leite), cantando mantras, bhajans e kirtans enquanto dançam ao ritmo dos tambores. Lembranças de uma aurora xamânica.

A prática de cantar e louvar ao Senhor Shiva, por si, já tem o poder de acalmar a mente inquieta. Essa mesma prática, realizada com fervor na noite em que a lua tem mínima ascendência sobre a mente, tem seu valor potencializado. Por meio dela, a mente pode ser pacificada, para que a Luz Divina possa penetrar sem a resistência do ego.


Shaivas

Esta noite é sagrada porque é o dia em que Shiva toma a forma de Lingam, para benefício dos devotos. Portanto, nesta noite, os devotos do Senhor Shiva praticam a contemplação sobre o atmalinga ou jyotilinga,  o símbolo da Suprema Luz da Sabedoria, e se convencem de que Shiva está no íntimo de cada um. A realização do abhisheka (banho sagrado no Shivalingam- foto abaixo) e do agnihotra (cerimônia do Fogo Sagrado- foto abaixo), torna explícita esta mensagem.




Na auspiciosa ocasião em que acontece o Mahashivaratri, é dito que o Senhor Shiva perfaz sua dança extática de realização. Neste feito, o Senhor é conhecido como Shiva Natarája. A dança simboliza a emoção da auto-realização para além dos reinos de vigília, sonho e sono profundo. Além das experiências do corpo e suas percepções, da mente e dos sentidos, do intelecto e dos pensamentos. Para além disso tudo o Senhor Shiva Natarája provê seus devotos com uma intoxicante dança de suprema bem-aventurança.




O Senhor Shiva



O Senhor Shiva – que significa “O Auspicioso” – é a terceira pessoa da Trimurti ou Trindade Hindu, e personifica o aspecto Destruidor ou Transformador de Deus. Shiva domina a energia de tamas, que representa a inércia ou ignorância e deve ser eliminada para que haja a renovação.

Muitas vezes, Shiva é tratado não só como o Destruidor ou o Transformador da Trimurti hindu, mas sim o próprio Absoluto, sendo denominado Maheshvára (Grande Senhor do Universo), Paramashiva (Consciência Cósmica), Páshupati (Senhor das Bestas), Natarája (Dançarino Cósmico), Bhairava (o Terrível), Dakshinamurti (o sábio que ensina em silêncio) etc., de acordo com a tradição.


Geralmente, o Senhor Shiva é representado como um renunciante vestido com peles de animais e adornado com cinzas, serpentes e colares de rudrákshas. Essa é a imagem personificada mais popular que apareceu primeiro nas upanishads e nos puránas. Estas escrituras idealizaram a imagem de Shiva que crescia (1500 a.C. a 100 d.C.) como um Deus soberano, que, como asceta, propunha a perfeição como meta de vida. Na Shvestáshvatara Upanishad, Shiva designa o arcaico Rudrá védico. Literalmente, Rudrá significa ‘trovão’, mas o nome denota ‘rugido’, ‘grito’. Este rugido expressa à fúria da tempestade com seus assustadores trovões. A partir desta aparição, Shiva se converte na versão benigna das forças mais assustadoras da natureza, alojadas no interior de todos os seres humanos.

Outra importante forma de Shiva é o Shivalingam. O culto a Shiva na forma do Lingam é o ponto alto no Mahashivaratri. A palavra lingam (ou linga) significa ‘símbolo’ ou ‘aquilo através do qual se pode ver outra coisa’. O Shivalingam é uma das mais sutis representações de Deus conhecidas pela humanidade. Trata-se de uma pedra em formato de elipse (ovalada) que, tendo uma configuração “abstrata”, tanto pode representar o Absoluto sem forma, quanto o Senhor dotado de atributos.

Por não ter uma forma humana ou animal específica, o lingam indica que Deus é sem atributos, estando além de qualquer limitação ou definição. Mas, como possui um formato básico, também mostra que o Senhor pode assumir a forma que desejar, como realmente o faz, ao se manifestar em toda a Criação. Ele simboliza todo o processo de Criação, Manutenção e Destruição do Universo, pois, do Sem Forma nascem todas as formas, que por fim, voltam a se dissolver no Absoluto.



Na intenção de reverenciar o Senhor Shiva, inúmeros devotos realizam as peregrinações aos doze jyotilingas. Um jyotilinga ou jyotilingam é um santuário onde o Senhor Shiva é adorado na forma de um lingam de luz. Na Índia existem doze santuários de peregrinação. Acredita-se que uma pessoa pode ver esses lingas como colunas de fogo através de perfuração no planeta depois que ele atinja um nível mais elevado de realização espiritual.





O Mahashivaratri é a ocasião auspiciosa para alcançarmos paz de espírito, êxito nas nossas devoções, prosperidade e abundância plena e absoluta em nossas vidas, remover a ignorância e conquistar a libertação. Lembremos que o Senhor Shiva presente no Lingam ereto representa o ideal Tantrika de “Bhoga e Yoga” – desfrute e união com o Divino, gozo e disciplina mística, êxtase e espiritualidade.

O Linga Purana declara que o Lingam ereto é fonte de prazeres e alegria neste mundo e liberação do ciclo de renascimentos para aqueles que lhe são devotos.


Om namah Shivaya!!!
OM namah Shivaya!!!
OM namah Shivaya!!!

Shivaya namah OM!!! 





LENDA DE MAHASHIVARATRI 

Há várias lendas interessantes relacionadas ao festival do Maha Shivaratri. .De acordo com um das lendas mais populares, Shivaratri marca o dia do Casamento Sagrado do Deus Shiva com a Deusa Parvati. Alguns acreditam que estava na Noite Auspiciosa do Shivaratri que o Deus Shiva executou o "Tandava", a Dança Cósmica da Criação Primitiva, Preservação e Destruição. Outra lenda de Shivratri popular declarou que em estados de Purana que estavam em Shivaratri, que o Deus Shiva se manifestou na forma de um Lingam. Conseqüentemente é considerado que o dia é extremamente auspicioso por devotos de Shiva e eles celebram isto como Mahashivaratri - a Noite Principal de Shiva. 

TRADIÇÕES E COSTUMES DO 
MAHASHIVARATRI 

Várias tradições e costumes relacionados ao Festival de Shivaratri são seguidas com devoção pelos adoradores (principalmente as devotas) de Shiva. Devotos passam um jejum rígido em honra de Shiva, entretanto muitos fazem um regime de frutas e alguns não consomem uma gota de água sequer. 

Devotos acreditam fortemente que a adoração sincera ao Deus Shiva no dia Auspicioso do Mahashivaratri, perdoa uma pessoa de seus erros e karmas negativos e o libera do ciclo de nascimento e morte (Samsara). Shivaratri é considerado especialmente auspicioso para mulheres. Enquanto as mulheres casadas rezam pelo bem-estar dos maridos delas, as mulheres solteiras rezam para conseguirem um marido como o Deus Shiva que é considerado como o Marido Ideal. 




Para marcar o Festival de Shivratri, devotos acordam cedo e tomam um banho ritual, preferivelmente no rio Ganges (Rio que segundo a Mitologia Hindu surgiu dos Belos Cabelos de Shiva). Depois de vestirem uma nova e limpa veste os devotos visitam o mais próximo templo de Shiva para dar banho ritual ao Shiva Lingam com leite, mel, iorgute, água e acúçar etc. 

No Mahashivaratri, a adoração ao Deus Shiva continua durante o dia e noite. Todo três pares de horas executam puja ritual de Shivalingam,dando banho no Lingam com leite, iorgute, mel, ghee, açúcar e água cantando o mantra de Shiva: "Om Namah Shivaya" e tocando os sinos do templo. Vigília da Noite Longa de Shiva ou Jaagran também é observado em templos de Shiva onde o número grande de devotos canta os hinos noturnos e canções devocionais em elogio ao Deus Shiva. Só na manhã seguinte que o devoto sai do seu jejum ,participando da prasada (banquete sagrado hindu) oferecido à Deidade. 


OFERENDAS A SHIVA E SEU SIMBOLISMO 




- Leite é para as bênçãos da pureza e abundância.
- Iogurte é para prosperidade e fertilidade. 
- Mel é para doce fala. 
- Ghee é para vitória. 
- Açúcar é para felicidade. 
- Água é para pureza. 

Além, da adoração ao Deus Shiva é claro!!! 

BHAJANS PARA SHIVA 

Bhajans são canções devocionais indianas aos Deuses Hindus, que usam o som da fala, o tato da batida das palmas ou toques de tambores em harmonia e devoção as Deidades, os hindus acreditam também que os bhajans ajudam a limpar a atmosfera da Terra de energias e entidades negativas. 






FELIZ MAHASHIVARATRI PARA TODOS NÓS!!!



Om namah Shivaya!!!
OM namah Shivaya!!!
OM namah Shivaya!!!

Shivaya namah OM!!! 

Fontes:
Acharya da Sagrada Tradição Xamanismo Ancestral
Imagens Internet



Ametista de Luz Reiki,Terapias & Cursos
Anna Cirene Aguyrre
Terapeuta Holística
F:(51)8213.2648/8493.7605


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