terça-feira, 31 de dezembro de 2013

XAPANÃ, OBÁ, IANSÃ E OXUM - REGENTES DO ANO DE 2014

Previsões da Nação Jeje-Ijexá para 2014 



  

Xapanã é o Orixá da transformação. Orixá da mudança e dos opostos. Essa é a energia que vai estar presente em todo o ano de 2014. As previsões serão divididas em 3 quadrimestres. Nos primeiros 04 meses teremos uma energia com bastante movimento. Xapanã Jubiteí traz junto o movimento de Obá e os ventos de Oyá. Isso resulta em um período bastante agitado e por muitas vezes conturbado. É bom que as pessoas estejam cientes do momento, já que as oportunidades vão aparecer e se não agarradas vão escapar. Um período que vai passar muito rápido, assim como tudo que acontecer dentro dele. Para que as coisas tenham solidez, as manobras devem ser rápidas. Não é momento para realizar coisas que demandam tempo e muita reflexão. Período muito bom para quem tem raciocínio rápido e agilidade na elaboração de projetos e execução de tarefas. Janela do ano onde as catástrofes naturais vão acontecer, envolvendo vendavais e água. Um tempo bom para recuperar coisas deixadas para trás em 2013, ajustar questões que ficaram do ano anterior, antes de Abril, antes que entre o período do ano que será regido por Xapanã Belujá.
Iansã acompanha Xapanã durante o ano inteiro. Por um lado é muito bom, pois ambos possuem uma energia de limpeza e movimento. O que faz do ano um momento muito propício para negócios que dependam do cliente final. Ano muito bom para o varejo. Por outro lado são Orixás rígidos nas questões de “executar" as determinações do sagrado. A regra é clara: andar na linha, sempre. Todas as arestas que ficaram de 2013 e não foram aparadas nos primeiros 4 meses, agora serão cobradas por Belujá. Tudo que foi trazido do ano de Xangô tem no começo de Maio seu momento de “acerto de contas.”. Período do ano que vai ser bombardeado por problemas de saúde física e espiritual. Entrem esse quadrimestre com “check-ups” feitos e busquem no período anterior ajustar suas questões espirituais. Oxum Olobá acompanha Xapanã nesse período, traz com Ela as recompensas para os corretos e incorretos. Cada um vai receber exatamente aquilo que merece. Aqui vai um recado especial para quem trabalha com espiritualidade: Não abusem da boa vontade do sagrado, sejam fiéis aos seus líderes espirituais. Façam isso, pois o revés pode ser muito grande e sem conserto.

Os últimos meses vão estar repletos de óbitos. Pessoas com doenças graves serão encaminhadas aqui nesse período, assim como mortes por tragédias estarão presentes nesse tempo. Neste espaço de tempo não se pode brincar com a sorte, pois ela não vai existir: morte por álcool e direção, por exemplo, vai ter um índice alarmante nesse período. Obá volta nesse período do ano para governar com Xapanã Sapatá. Vai ser um período um tanto pesado e tenso, mas com possibilidades de sucesso em todas as áreas. Vai ser um período de muita elaboração mental, talvez por isso o peso. Para as coisas acontecerem, vai ser exigido muito raciocínio. Apenas com muita elaboração os projetos ganharão estrada e avançarão, sem estratégias, nada feito.

De modo geral vai ser um ano com muito movimento, bastante agitado e exatamente por isso, pode ser uma faca de dois gumes, já que as pessoas podem se perder com a empolgação e acabarem não fazendo nada bem feito e o que parece ter um bom futuro, desmoronar como um castelo de areia, exatamente por não receber a atenção necessária. Ou seja, as situações vão mudar como muita frequência da noite para o dia.

É  ano da transformação. O ano dos opostos.

Cores do Ano:

Combinações de vermelho e preto; Lilás.

Cores para todo o ano:

Combinações de vermelho e preto; 

Lilás;

Rosa;

Amarelo escuro

Vermelho e branco

Números do Ano:

7 e seus múltiplos

Comidas para o Ano Novo:

Tenha na mesa pratos e doces com amendoim e feijão para Xapanã, assim como pratos com batata doce e abóbora; além de abacaxi e maçãs para agradas as Yabás que acompanham Xapanã na virada. Sem esquecer dos doces de ovos para Oxum.

 Texto retirado do site:





 SOBRE OS ORIXÁS XAPANÃ E OBÁ


Orixá Xapanã - também conhecido como Obaluaiê ou Obaluaê e/ou Omulu, variações que se dão de acordo com as Nações de origem ou ainda com variações de fases da sua própria vida.
Xapanã é um Orixá originário do antigo Daomé hoje Benin na África. Xapanã é o termo mais utilizado no Batuque do Rio Grande do Sul. É uma das mais importantes divindades cultuadas nos cultos Afros, pois está ligado á saúde. Orixá que gera o bom funcionamento do organismo, Deus das pestes e das moléstias. Possui o rosto coberto pelo filá (espécie de máscara feito com palha da costa) para evitar que se olhe diretamente no rosto a marca deixada pelas chagas. Xapanã é o orixá feiticeiro e faz parte de seus objetos mágicos o pilão com o qual esmaga seus feitiços e a vassoura com que varre os males. Considerado velho, impertinente, ranzinza, Xapanã é muito respeitado pelo povo do Batuque.

Este orixá tem duas formas de representação: Xapanã velho e o jovem, o Xapanã Sapatá. O primeiro tem forte passagem junto aos mortos sendo ele extremamente importante nos rituais fúnebres. As pessoas dedicadas a este orixá mostram-se introspectivos, reservados, observadores, modestos, simples e misteriosos, são capazes de abster-se de suas necessidades e interesses para consagrarem o bem-estar dos outros. São também apaixonados e estão sempre vivendo um grande amor, normalmente frustrado. Amantes constantes e excelentes parceiros.




Orixá Obá - Orixá feminina, guerreira, temida, forte, energética, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos. Esposa de Ogum e, posteriormente, terceira e mais velha mulher de Xangô. Quando manifestada, esconde a falta de uma orelha com a mão. É muito enérgica, possui entre seu axé o corte, tendo entre seus objetos mágicos a navalha. Está associada a tudo o que lembre máquinas e movimento,pois é a dona da roda. Orixá de grande poder e sabedoria, é a deusa dos amores arrebatados e absolutos. Para Obá, paixão é razão de sofrimento, de disputa e de submissão mal aceita.




OBS: As denominações que vem ao lado do nome do Orixá, significam as qualidades do mesmo. Exemplos:


Qualidades: 

Jubeteí ou Jubiteí,Belujá, Sapatá sendo que:

*Jubetei: É o mais jovem.

*Belujá:Responde com os Orixás de praia. É o Xapanã de meia idade.

*Sapatá:Responde na lomba e nas encruzilhadas. É o velho, o feiticeiro, o deus da varíola e das doenças de pele. 


O mesmo procede para Orixá Oxum Olobá, sendo Olobá qualidade que designa a mesma sendo:


* Olobá : Uma Oxum velha porém que se manifesta ereta, é maternal e amorosa.


* Sobre os Orixás Xapanã e Obá e as qualidades dos Orixás pesquisa feita por mim Anna Aguyrre, visando um melhor entendimento do texto e das nomenclaturas apresentadas.

* Leia sobre a religião Afro-Brasileira no Rio Grande do Sul denominada Batuque, pois ajudará a entender o porque da diferença nas regências e previsões dos Orixás com o resto do Brasil. Acesse o link:



Imagens Internet


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

BATUQUE e/ou NAÇÃO AFRICANA - RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA DO RIO GRANDE DO SUL

Para que se entenda porque acontece diferença nas previsões da regência dos Orixás no Rio Grande do Sul e no resto do Brasil, é necessário conhecer a história da religião de matriz africana neste Estado e  referidamente o processo de escravatura. 
Abaixo, apresento texto que explica em detalhes este processo:



Batuque é uma Religião Afro-brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul/Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina.
Batuque é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jêje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.

Estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no inicio do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Têm-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (jornal do comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século XIX, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de pelotas e Rio Grande para Capital.

Obs: A maioria do pessoal que escreve sobre a religião africana no Rio Grande do Sul, cita o Príncipe Custódio como introdutor dos rituais de Batuque aqui no sul, não é bem assim, pois o negro se faz presente neste Estado muito antes da família de Osuanlele (Príncipe Custódio) ser retirada em 1897 de Benin (antigo Daomé), já no censo da população do Rio Grande do Sul, feita no ano de 1814, nos mostra uma população negra expressiva perfazendo um total de 36,7% de afro-brasileiros, contra um total de 45,6% de brancos no estado, outro dado relevante é que pesquisadores, sérios, situam o período inicial do Batuque nesta região entre os anos de 1833 e 1859, na mesma época em que o Candomblé ganhava espaço na Bahia. O lendário Príncipe Custódio só pisa em solo gaúcho no ano de 1899, na cidade de Rio Grande, e já encontra aqui rituais religiosos de origem africana, popularmente denominada de Batuque. Ele contribuiu sim com nossa religião, com seus contatos políticos, pois Custódio, vinha de uma família nobre, sua saída da África foi política; ele sabia como se destacar e fazia bom uso de sua sabedoria religiosa, o que ajudou a travar as perseguições as casas de culto africano. As pesquisas realizadas para saber sobre as nações Oyó, Cabinda, Ijexá e Jêje nos comprovam que o Batuque se estabeleceu aqui no Rio Grande do Sul há quase dois séculos.

Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação Ijexá, proveniente da Nigéria, e dá lastro as outras nações como o Jêje do Daomé, hoje Benim, Cabinda (enclave Angolano) e Oyó, também, da região da Nigéria. O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil têm as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais fundadores do Batuque foi o Príncipe Custódio de Xapanã. O nome Batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará. É da junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de outra contribuíram para a continuidade dos rituais.


Cantando para os Orixás


As entidades cultuadas são as mesmas em quase todos terreiros, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. O Ijexá é atualmente a nação predominante, encontra-se associado aos rituais de todas nações.


Crenças

Filhos de santo


O batuque é uma religião onde se cultuam vários Orixás, oriundos de várias partes da África, e suas forças estão em parte dentro dos terreiros, onde permanecem seus assentamentos e na maior parte na natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc., onde também invocamos as vibrações de nossos Orixás.

Todo ser humano nasce sob a influencia de um Orixá, e em sua vida terá as vibrações e a proteção deste Orixá que está naturalmente vinculado e rege seu destino, com características individuais, em que o Orixá exige sua dedicação, onde este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um Babalorixá ou Iyalorixá.

Quarto-de-Santo preparado para receber as oferendas aos Orixás, 
no momento que antecede o ritual.

Há uma questão de ordem etmológica no Termo Pará, onde afirma-se ser este o outro nome pelo qual é conhecido o Batuque, ora sabe-se que todo frequentador de Terreiros chama na verdade o Peji ou quarto-de-santo de Pará e não o ritual sagrado dos Orixás, este sim o Batuque. Esta questão já está dimensionada desde os anos 50, nas pesquisas etnográficas de Roger Bastide sobre a Religião Africana no Rio Grande do Sul.

São consideradas Religiões Afro-Brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas religiões africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos escravos:

Batuque, Candomblé, Catimbó, Culto aos Egungun, Culto de Ifá, Jurema sagrada, Quimbanda, Macumba, Tambor-de-Mina, *Umbanda (não foi trazida pelos escravos e é a única religião genuinamente brasileira, criada em solo pátrio mas que tem sete orixás regentes, estes sim da cultura africana, que foram escolhidos pela Espiritualidade Maior, conforme relatos do pr´prio Zélio Fernandino de Moraes seu fundador e também do Livro "Brasil Coração do Mundo - Pátria do Evangelho"  de Humberto de Campos psicografado por Chico Xavier ), Xangô do Nordeste, Xambá. As Religiões Afro-Brasileiras são relacionadas com a Religião Yorubá e outras Religiões africanas, e diferentes das Religiões Afro-Caribenhas como a Santeria e o Vodu.

Orixás


Roupas da cor dos Orixas e fios de contas
O culto, no Batuque, é feito exclusivamente aos Orixás, sendo o Bará o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os terreiros, no Candomblé o chamam de Exú.
Entre os Orixás não há hierarquia, um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orixás cultuados são: Bará, Ogum, Oiá-Iansã, Xangô, Ibeji (que tem seu ritual ligado ao culto de Xangô e Oxum), Odé, Otim, Oba, Ossain, Xapanã, Oxum, Iemanjá, Oxalá e Orunmilá (ligado ao culto de Oxalá).
E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Exú Elegbara, Gama (ligada ao culto de Xapanã), Zína, Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.


TEMPLOS

Quarto de Santo ou Peji preparado para festa

No Rio grande do Sul a área de conservação das religiões africanas vai de Viamão à fronteira do Uruguai, com os dois grandes centros de Pelotas e de Porto Alegre.

No batuque, os templos terreiros são quase que em sua totalidade vinculados as casas de moradia. É destinado um cômodo, geralmente na parte da frente da construção onde são colocados os assentamentos dos Orixás. Neste local são feitos todos os fundamentos de matanças e trabalhos determinados, oferendas para os Orixás, e o local é considerado sagrado, pessoas vestidas de preto, mulheres em dias de menstruação não entram. Junto à esta parte da casa, chamada de quarto de Santo ou Peji, há o salão onde são realizadas as festas para os orixás.

O estado do Rio Grande do Sul foi o maior responsável pela exportação dos rituais africanos para outros países da América do Sul, entre eles Uruguai e Argentina, que também procuram seguir a maneira de cultuar os Orixás; e a construção dos templos seguem exemplos dos seus sacerdotes.


Todos os Orixás são montados com ferramentas, Okutás (pedras) etc. e permanecem dentro da mesma casa, com exceção do Bará Lodê e do Ogum Avagãn, que tem seus assentamentos numa casa separada, ficando à frente do templo onde recebem suas oferendas e sacrifícios. A casa dos Eguns também tem lugar definido, é uma construção separada da casa principal, na parte dos fundos do terreiro, onde são feitos diversos rituais.

Em caso de falecimento do Babalorixá ou Yalorixá, dono do terreiro, fica a critério da família o destino do templo, geralmente não tendo um familiar que possa suceder o morto o templo é fechado. Na maioria dos casos na morte de um sacerdote, todas as obrigações são despachadas num ritual especifico chamado de Erissum (Axexê), por este motivo é muito difícil encontrar ilês com mais de 60 anos, são muito poucos os sacerdotes que destinam seus axés à um sucessor, para dar prosseguimento à raiz.

RITUAIS

OFERENDAS PARA OS ORIXÁS

Os rituais são próprios e originais e embora tenha alguma semelhança com o "Xangô de Pernambuco", é muito diferente do Candomblé da Bahia.
Os rituais de Jêje tem suas rezas próprias (fon), e ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre, as danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há também muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó que se aproxima muito do ijexá, já que, estas duas provem de regiões próximas na Nigéria.

A principal característica do ritual do Batuque é o fato do iniciado não poder saber em hipótese alguma que foi possuído pelo seu Orixa, sob pena de ficar louco.


Cada Babalorixá ou Iyalorixá tem autonomia na prática de seus rituais, não existem nomenclaturas de cargos como tem no Candomblé, exercem plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações.

No mínimo uma vez por ano são feitos homenagens com toques para os Orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos Orixás, cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelhas, acompanhados de aves como galos, galinhas e pombos.
Esta obrigação serve para homenagear o Orixá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio templo. A data é geralmente a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orixá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que antigamente duravam 32 dias de obrigações, hoje diante das dificuldades duram no máximo 16.
O começo de tudo são as limpezas de corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividade; em seguida são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orixás por inteiro até o final dos rituais. No dia do serão (dia da obrigação de matança), todos Orixás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques.
No dia da festa o salão é enfeitado com as cores dos Orixás homenageados. A abertura se dá com a chamada (invocação aos Orixás), feita pelo sacerdote em frente ao peji (quarto de santo), usando a sineta (adjá), saudando todos Orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dança em louvor aos Orixás, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.
No final das cerimônias são distribuídos os mercados, (bandejas contendo todo tipo de culinária dos Orixás como: acarajé, axoxó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.), alguns consomem ali mesmo, outros levam para comer em casa.
Durante a semana são feitos outros rituais de fundamentos para os Orixás, inclusive a matança de peixe, que para os batuqueiros significa fartura e prosperidade, os peixes oferecidos são da qualidade Jundiá e Pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso.

 Passeio no Mercado Público marca o encerramento das obrigações

No sábado seguinte é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque, novamente em homenagem aos Orixás, neste dia são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos Orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes, que fazem parte da família religiosa, para baterem cabeça em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.

EGUN


No Batuque também temos a parte dos rituais destinados ao culto dos Eguns. Este é um ritual cheio de magia e segredos onde poucos sacerdotes têm o completo domínio.
A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado Balê.
Aos Eguns também são oferecidos sacrifícios de animais, e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões.
Os Eguns, assim como os Orixás, tem suas rezas (cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de tambores frouxos e sem o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).
Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.

SACERDÓCIO

O babalorixá ou Iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos filhos de santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para preservação dos cultos.
O sacerdote chefe deve passar aos futuros Pais ou Mães de Santo, todos os segredos referente aos rituais tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução de trabalhos e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.
Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo.
O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de Orixás com menos de sete anos de feitura, e os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem, já que os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais, a melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros.
A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de Orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.

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* Umbanda = grifo meu Anna Aguyrre
Referências

[1] - JAQUES, André Porto. A Geografia do Batuque: estudos sobre a territorialidade desta religião em Porto Alegre-RS.. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. <http://www.ufrgs.br/labes/publicacoes/orientados/TG_AndrePorto_vdigital.pdf

2 - Texto  extraídos do livro Os Orixás, publicado pela Editora Três

3 - Sites e fotos da Intenet


NOVO MARCADOR - PREVISÕES NOVO ANO



Olá Amigos Leitores e Seguidores do Ametista de Luz, venho nesta oportunidade informar-lhes que estou lançando um novo marcador, agora trazendo as previsões para as viradas de ano. Começaremos, então com o ano de 2014, já mostrando para vocês a diferença entre as regências dos Orixás no Rio Grande do Sul, meu estado natal, cuja regência dos Orixás se dá de acordo com o Batuque e/ou Nação Aficana e a regência no resto do Brasil guiados pelos calendários do Candomblé. Para que vocês consigam entender, primeiramente digo-lhes que no Rio Grande do Sul o ano será regido pelo Orixá Xapanã, pela Orixá Obá, pela Orixá Oxum e ainda a colaboração da Orixá Iansã, enquanto que no resto do Brasil o ano será regido por Xangô e Iansã, ressaltando que aqui no Rio Grande do Sul Xangô e Iansã regeram este 2013. Isto acaba ficando muito confuso, pois mesmo aqui, há casas de Umbanda e da própria Nação que adotam a regência do Candomblé.
Apesar de confuso acho isto interessante, para quem é bom observador este ano de 2013 foi um ano de fogo literalmente, com muitos incêndios, muitas tempestades com raios, a meu ver bem enquadrado na regência de Xangô e Iansã, só para lembrar: Incêndio da boate Kiss na cidade de Santa Maria, incêndio na refinaria em São Paulo e muitos outros, então que cada um adote pra si aquilo que se enquadrar nas suas crenças e expectativas.
Mas teremos também as previsões astrológicas, o horóscopo chinês, planeta regente entre outras abordagens.
Pois que venha 2014!!!



terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL



Amados Amigos Leitores e Seguidores do Ametista de Luz, meus Irmãos de Jornada, desejo-lhes um FELIZ NATAL, que o Amor do Mestre Jesus e da Mãe Maria se derrame sobre cada um trazendo cada vez mais tudo aquilo que cada irmão precisa para se melhorar, crescer, despertar e evoluir. Que as bençãos derramadas lancem os balsamos revigorantes para que o renascimento se faça pleno de luz, paz e amor e que vibremos nesta sintonia elevada não só hoje mas nos 365 dias de cada ano futuro nesta jornada terrena. 
Que se faça o amor, que se faça a luz, que se faça a paz!!!






segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ANIMAIS E XAMANISMO - PARTE V

ANIMAIS DE PODER

COBRA 



As Cobras diferem das serpentes. Ela simboliza a cura física, mental, emocional e espiritual.
São raras as pessoas pertencentes ao totem da Cobra. A iniciação no totem da Cobra pressupõe que as pessoas tenham vivido e experimentado as múltiplas mordidas da Cobra, e que tenham se tornado capazes de transmutar todos os venenos, quer sejam de natureza física, mental, emocional ou espiritual.
O poder de cura da Cobra representa o poder da criação, porque engloba a sensualidade, a energia psíquica, a alquimia, a reprodução e a ascensão (ou imortalidade).
O ciclo de transmutação, que consiste em viver-morrer-renascer, é simbolizado pela troca de pele da Cobra. A energia da Cobra é a energia da totalidade da consciência cósmica e da capacidade de viver todas as experiências de peito aberto, sem oferecer resistência. É a consciência de que todos os elementos da criação possuem o mesmo valor. Assim, se a pessoa estiver centrada, no estado de espírito correto, saberá que aquilo que é normalmente encarado como veneno pode ser comido, digerido, assimilado e transmutado. O veneno sempre pode ser transformado em energias positivas

*Thot (também conhecido como Hermes Trimegistus - Egito) , o pai da Alquimia, criou o símbolo de duas cobras enroladas em uma espada para representar o processo de cura. Cada organismo vivo possui uma porção masculina e uma porção feminina. O processo de fusão da energia masculina com a energia feminina gera uma energia divina, a energia da criação e da transmutação. Quando aceitamos a idéia de que possuímos estas duas energias em nós, podemos criar um espaço para que elas se mesclem e convivam em harmonia.

O totem da Cobra nos ensina que somos seres universais. Se conseguirmos aceitar e harmonizar todos os diferentes aspectos de nossa vida, poderemos alcançar a transmutação do nosso ser por intermédio da energia do fogo. Essa energia do fogo, atuando no plano material, gera paixão, desejo, procriação e vitalidade física. No plano emocional gera sonhos, ambição, criatividade e coragem. No plano mental gera inteligência, poder, carisma e capacidade de liderança. Quando a energia do fogo atinge o plano espiritual, ela se transforma em sabedoria, compreensão, sentimento de integração com o Todo e de conexão com o Grande Espírito que nos criou.
Como as cobras deixam para trás a sua pele, nós podemos deixar para trás as nossas ilusões e limitações para usarmos plenamente a nossa vitalidade e desejos para alcançar a totalidade.

Coelho



É a medicina da fertilidade, do crescimento. Para ter filhos, e para ter idéias férteis. Ensina a nos tornarmos cuidadosos, evitando perigos. Para ficarmos alertas, atenciosos, conscientes. Evocar para abundância, crescimento, prosperidade.


Coiote



É a medicina do otimismo, do humor, da malícia. Evocado para contatar com a criança interior, com a fé e a inocência. Para evocar o sucesso na vida. Quando precisar sair de problemas. Para animar reuniões e festas, para que possamos rir mais, fazer mais brincadeiras (é a sagrada irreverência), exercitar o nosso corpo. Considerado o “Espírito Trapaceiro”, derruba nossa seriedade quando queremos ser adultos demais e não nos permitimos expressar nossas emoções. Para buscar nossa essência verdadeira.

CORVO



O Corvo é o mensageiro da magia cerimonial e um curador que opera à distância e que está sempre presente em qualquer Roda de Cura. É ele que conduz o fluxo de energia de uma cerimônia mágica, guiando-a até o seu objetivo final.
O corvo sempre foi o portador da magia. Este seu papel foi reconhecido nas mais diversas culturas, ao longo dos tempos, em todo o planeta. É considerado sagrado honrar o Corvo como sendo portador da magia. Aqueles que trabalham com a magia de forma errada têm razões para temer o Corvo, pois isto é sinal de que estão se imiscuindo em áreas que não dominam, e os feitiços que estão fazendo certamente acabarão retornando contra eles.
A magia do corvo é poderosa e pode lhe infundir a coragem necessária para penetrar nas trevas do vazio no qual residem todos os seres que ainda não tem forma definida. O Vazio é denominado “Grande Mistério”. O Grande Mistério já existia antes que todas as coisas viessem a existir. O Grande Espírito é oriundo do Grande Mistério e vive no Vazio. O Corvo é o mensageiro do Vazio.
O Corvo é prenúncio de mudança de consciência, que pode, inclusive, significar uma viagem pelo Grande Mistério ou por alguma senda situada à margem do tempo. A cor do Corvo é a cor do Vazio - o buraco negro do espaço sideral que congrega todas as energias criadoras. Significa que você conquistou por seus próprios méritos o direito de vislumbrar um pouco mais da magia da vida.
Na cultura dos índios norte-americanos, a cor preta tem diversos significados, mas não simboliza o mal. O preto pode simbolizar, por exemplo, a busca de respostas, o Vazio, ou o caminho para as dimensões suprafísicas.

O Corvo é o mensageiro da magia cerimonial e um curador que opera à distância e que está sempre presente em qualquer Roda de Cura. É ele que conduz o fluxo de energia de uma cerimônia mágica, guiando-a até o seu objetivo final. Seu papel é o de interligar as mentes dos praticantes do ritual com as mentes daqueles que estão necessitando daquele trabalho.

A magia do Corvo não pode ser interpretada de forma racional porque é a magia do desconhecido em ação, preparando a chegada de algum acontecimento muito especial. O Corvo é o protetor dos sinais de fumaça e das mensagens espirituais representadas por ele.

Condor / Gavião / Harpia













Possuem os atributos da águia. O Condor ainda pode ser evocado para morte e renascimento, dons proféticos, amor da mãe, purificação. 


CORUJA 



A Coruja é um dos passáros mais controversos, que evoca uma série de associaçoes que vão desde morte e medo até sabedoria, proteção e vitória. 

Muitas tradições xamânicas vêem na Coruja o símbolo da morte. No entanto, ela nos fala de mudanças e transformações e nos ajuda a superar o medo da transformação que chamamos morte. 

A Coruja é uma silenciosa caçadora noturna, que percorre a mais densa floresta. Embora mais conhecida por sua aguçada visão noturna, ela enxerga muito bem à luz do dia. 

No Xamanismo Ancestral existe o Clã da Coruja, que rege o elemento Ar. A Coruja é a passagem para o desconhecido. Esta ligada à verdadeira alquimia, que consiste em pegar o material bruto de que somos feitos e nos transformar em ouro alquímico - a pedra filosofal, a iluminação.


A Coruja é a medicina das habilidades ocultas, sabedoria antiga, a vigília. Para descobrir verdades ocultas, mistérios, intuição profunda. Evocar para auxílio nos obstáculos quem impedem a presença de seus talentos e habilidades. Para que seus talentos se apresentem de acordo com a situação. Para aceitação do lado escuro (sombras) da realidade. Também para a benevolência. Evocar quando quiser conhecer o lado sutil da consciência, áreas inexploradas da consciência. Para discernimento da verdade, do que nós estamos buscando. Ligação com a lua. Para conhecer as sombras, poderes psíquicos, habilidades ocultas. Para melhor observar, prestar atenção.

Se você tem a coruja como o animal de poder, sua mensagem é prestar atenção em seus sonhos e sentimentos. Questionar os seus medos e agir com intuição. Focalize em suas intenções e mova-se em direção as seus objetivos. Mantenha-se em silêncio e conserve sua energia para o momento certo de agir. Se você está enfrentando algumas incertezas e problemas, aquiete-se para poder enfrentar os seus medos e confusões. Evoque a coruja para ajudá-lo com o discernimento e conhecimento. Não tenha medo do escuro e do desconhecido. Explore seu mundo interior com confiança. Trabalhe para desenvolver clarividência. Faça uso de rituais e de influências da Lua para gerar poder e promover mudanças positivas.

Doninha, Furão, Marta



É a medicina para olhar além do superficial. Para não subestimar, nem superestimar os outros ou situações. Para intuição, ser inspirado por poderes sobrenaturais dentro de nós mesmos. Para determinação, coragem, tenacidade. A arte da dissimulação, da persuasão. Para perceber o que competidores farão. Poder de observação, de esconder, de manter segredos, da vidência. Habilidade de ver razões escondidas atrás das coisas, poder de observação, astúcia, ação secreta.

Elefante



É a medicina da memória ancestral. Evocar para guiar caminhos. Inspira amor próprio, auto-suficiência, força, longevidade, cura. Para ser guiado em caminhos ancestrais. Para obter boa memória e habilidade para aprender. Pode ser evocado para estudos, provas e trabalhos intelectuais
O elefante nos ensina a força da gentileza, do comprometimento e da comunicação nos relacionamentos.. Eles são completamente envolvidos com todos com quem ele possuem qualquer tipo de relacionamento. Eles são poderosos ao proteger e gentis ao cuidar.

Escorpião



É a medicina da intensidade. Para força, inteligência, sexualidade. Torna as coisas mais intensas, ir profundamente em tudo, instinto de sobrevivência.

Esquilo



É a medicina da poupança. Preparação, planejamento, adaptabilidade e conservação. O esquilo nos ensina a planejar e nos prepararmos para o futuro. Não use todas as suas reservas. Devemos sempre guardar alguma coisa para nos servir em tempos ruins. Prepare-se também para as mudanças periódicas.
Evocar para fazer investimentos, projetos futuros, orçamentos. Para ajudar a encontrar objetos perdidos, ou muito bem guardados. Para conseguir reservas ( dinheiro, energia, etc.) Guardar apenas o que é de utilidade, guardar e proteger coisas. Para observar pequenos detalhes óbvios para divertimentos, programação de férias ou lazer.
  
Falcão



É o mensageiro ! É a medicina da precisão. Ajuda a levar preces ao Universo, a olhar em volta, a estar atento nos detalhes, observar à distância, a enxergar oportunidades. Desenvolver capacidades não conhecidas, ocultas.
Olhar em volta, observar a distância e atenção ao detalhe. O falcão nos ensina a sermos observadores e a prestarmos atenção em coisas que estão passando desapercebidas. Os falcões podem avistar uma presa do tamanho de um coelho à 3 kms de distância.

Foca / Leão Marinho



É a medicina da imaginação, sonhos lúcidos. Evocar para criatividade, sonhos significativos, estimular a imaginação, lembrar de sonhos. Para colocar a criatividade em ação, inspiração, saber ouvir, imaginação ilimitada, equilíbrio emocional. Para conectar com o reino das fadas.

A voz interior, e ainda, sonhos lúcidos, mover-se através das emoções, criatividade. A foca nos lembra de nossa conexão com os nossos ritmos, sentimentos e conhecimentos mais profundos representados pelo mar. Quando sentimos medo de nos afundarmos nestas profundezas, a foca nos lembrar com nadar. 


Continua...

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