segunda-feira, 23 de abril de 2012

OGUM,SÃO JORGE, SIGURD, SALVE OS GUERREIROS DO CRIADOR



Todos sabemos que o Brasil é multifacetado no que diz respeito a religiosidade de seu povo. Temos aqui convivendo pacificamente e harmonicamente diversas correntes religiosas/doutrinárias/filosóficas,seitas, enfim... pelo menos é assim que deveria ser...conforme o projeto original, vide a literatura ditada pelos espíritos superiores encarregados pelo Criador de se ocuparem deste ínterim. Como confirmação leia-se uma das obras muito bem abalizadas e psicografada pelo nosso bom e querido Chico Xavier – Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – pelo Espírito Humberto de Campos, entre outros.

Apesar disso, e infelizmente apareceram de uns tempos para cá, algumas ditas religiões que não estão nem aí para o respeito e a convivência pacífica inter-religiões, desrespeitando sistematicamente a forma e os templos de seus pares. Mas enfim, essa introdução foi só pra dizer o quanto abençoado somos, pois temos diversos seres de luz que nos irradiam constantemente amor, sabedoria, proteção, luz, etc.,seja na forma de santos, protetores, espíritos superiores, anjos, guias, orixás, mestres ascensionados, mentores e uma nomenclatura infindável.

Mas o que mais me chama atenção é que nesse panteão, nós os brasileiros temos o chamado SINCRETISMO (Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns traços originários) nesse caso SINCRETISMO RELIGIOSO – que só se deu pela vergonha do que foi a escravidão em terras brasileiras, onde o escravo negro, além de literalmente arrancado de sua nação original foi proibido de cultuar seus ancestrais, ou seja os Orixás. Como sabemos nada acontece por acaso, viu o escravo a possibilidade enganar seus algozes e continuar a se balsamizar na sua crença (com certeza o único alento diante de tanta dor, miséria e sofrimento) e pela observação, viu nas figuras dos santos católicos as mesmas virtudes de seus amados Orixás, assim então aconteceu esse “entrecruzamento” de divindades.

Pois bem nessas sagradas divindades intercruzadas, dois seres de luz se destacaram por suas qualidades: SÃO JORGE – do Catolicismo e OGUM – Orixá cultuado pelos escravos arrancados do seio da Mãe África. Ambos guerreiros, fortes, lutadores, audazes, protetores do seu povo e dos ideais pelos quais lutavam, intrépidos guerreiros do Cristo.

De um lado São Jorge, cavaleiro templário, que lutou pela causa das Cruzadas em nome de Jesus a quem defendeu até a hora da sua morte, sendo este o motivo da mesma. E é hoje padroeiro de diversos países mundo a fora, como: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (o título oficial é de São Sebastião) além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C. Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro. Há uma tradição que aponta o ano de 303 como o ano de sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (falsos ou duvidosos), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo, e com intensidade avassaladora no Brasil.


Há uma lenda que diz que a devoção a São Jorge pode ter também suas origens na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões, mas por ser uma lenda não há registros. Cabe a ressalva, que os wiccanos e ocultistas, assim consideram Sigurd e São Jorge sincréticos (temos aqui já um segundo sincretismo que se dá fora da Terra Brasilis), sendo comemorado o dia do Caçador Sigurd 23/04 mesmo dia de São Jorge.

E aí temos Ele, o outro e Grande Guerreiro conhecido como o Orixá OGUM O VENCEDOR DE DEMANDAS, e a este dedico minha especial atenção, pois Ogum ou Pai Ogum como é chamado, assim como São Jorge é amado pelo povo brasileiro, em especial pelos adeptos da Umbanda e também das religiões afro-brasileiras como o Candomblé, e a Nação e/ou Batuque no Rio Grande Sul.

Então para entender, esse Orixá que é tão amado e respeitado, segue abaixo algumas ponderações a seu respeito, para começar é melhor conhecer a etimologia do nome OGUM, a palavra "gun" significa guerra, logo Ogum é o Senhor das Guerras.

Também é dono do trabalho, isso por que possui todas as ferramentas como seus símbolos.

Na mitologia Yorubá, Ogum é Orixá ferreiro, Senhor dos metais. Ele próprio forjava suas ferramentas, tanto para caça como para agricultura e pra guerra. Orixá do fogo e do ferro, forjando os instrumentos como espada, faca, ferradura, martelo, bigorna, etc.

Ogum é considerado o primeiro Orixá a descer na Terra após a criação. Depois do Exu é Ogum que está mais próximo do homem.

“Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

A Vibração de Ogum, por ser a ordenação, por meio da Lei Divina, nos caminhos e estradas da natureza e da vida dos seres, faz com que o mesmo seja Responsável e coordenador da Linha dos Exus de Lei.

...Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.

...Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
...Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.Ogum é sinônimo de lei e de ordem porque ele tanto aplica a Lei quanto ordena a evolução dos seres, não permitindo que alguém tome uma direção errada. Por isso chamamos de o Senhor dos Caminhos.

...Ogum é o ar que areja o interior dos seres, livrando-os dos bolores emocionais. Ogum é o movimento contínuo e equilibrado. É o poder ordenador que se impõe (Lei), sempre que os seres se desviam de suas sendas evolutivas(caminhos).

...Simbolicamente representamos Ogum com a espada, pois quando a palavra(Oxalá) não mais se impõe, é hora da espada (Lei armada) se mostrar ameaçadora e impor a ordem aos desordenadores.”

Ogum representa a energia primária, causadora das transformações. Esta é uma das divindades ou Orixás que trabalham dentro das Sete Linhas da Umbanda. A estas Linhas estão subordinados todos os Guias falangeiros que trabalham de acordo com sua vibração original, atendendo ao postulado maior conclamado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Orixá da energia (ligada à atitude), perseverança, vencedor de demandas, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer). Orixá sem reino específico, pois atua na defesa de todos os reinos:

A Energia de Ogum está em todos os lugares.

Dentro da Linha Espiritual de Ogum, na Umbanda, trabalham muitos Espíritos que controlam essas lutas, que são conseqüência direta da Lei de Causa e Efeito, reajustando tudo dentro da Grande Lei, por isso Ogum se manifesta como um soldado, cumpridor da Lei.
Ogum é um dos Orixás mais importantes e responde por toda uma Linha de espíritos. Seus caboclos são invocados por aqueles que necessitam de ajuda mística em alguma disputa ou demanda judicial. É o guerreiro, general destemido e estrategista, desbravador e protetor dos desamparados, além de ser o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente e valente, traz na espada tudo o que busca.

Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execução e cobrança do carma de cada indivíduo ou grupo. Tudo é regido por uma lei imutável, a Lei do Criador. Essa lei é um meio para que nos mantenhamos na linha de equilíbrio, para que possamos evoluir. Quando ultrapassamos seus limites, encontramos Ogum pela frente. Sendo o Orixá que vigia a execução dos carmas, tem sob suas ordens tanto a Luz como as Trevas. É o senhor que vigia os caminhos, tanto para cima como para baixo. Sem Ogum, a justiça de Xangô não seria executada, e o equilíbrio não seria restabelecido, por isso, Ogum também é um executor do carma, eu arrisco dizer "sem Ogum não se faz nada"...

Conforme foi dito, ele atua em todos reinos por isso, existem os Falangeiros de Ogum, que são no caso, os representates diretos deste Orixá (na verdade todo Orixá tem seus falangeiros). Os Falangeiros não são espíritos, mas sim a própria vibração do Orixá. Diferem-se dos capangueiros (estes sim, espíritos desencarnados, com luz e sabedoria) que trabalham para determinado Orixá.

Para melhor entendimento, os falangeiros são as qualidades dos Orixás, a seguir descrevo suas falanges:

FALANGES DE OGUM:


1. OGUM BEIRA-MAR - Na areia do mar é conhecido como Beira-Mar e nas ondas é Ogum Sete Ondas. Atua na ronda da Calunga Grande (mar, oceano) e no reino de Iemanjá. As oferendas são feitas na areia molhada, sobre um pano branco com bordas vermelhas. Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-clara.

2. OGUM ROMPE-MATO - Esta falange costuma trabalhar cruzada com Oxossi, nas matas e nas pedreiras, onde também é conhecido como Ogum das Pedreiras, trabalhando cruzado com Xangô. Suas cores são branca e vermelha, algumas vezes verde e vermelha, combinando com o branco. As oferendas para Ogum Rompe-Mato devem ser feitas na entrada da mata; Ogum das Pedreiras recebe suas oferendas em volta de uma pedreira.

3. OGUM MEGÊ - Sua falange trabalha na Calunga Pequena (cemitério), na calçada que o cerca, diretamente com as almas. Suas cores são branca e vermelha e suas oferendas devem ser feitas em volta do cemitério. É colaborador de Iansã; seu nome significa “Sete”. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas.

4. OGUM NARUÊ - Trabalha basicamente no des­manche da magia negra, dentro da Linha das Almas, exercendo seu domínio sobre as almas quimbandeiras. Suas cores são branca e vermelha. Seu nome significa “Aquele que é o primeiro a gerar valor”. Aceita suas oferendas com Ogum Megê ou, ainda, dentro ou fora dos cemitérios ou nas matas em lugares propícios para estes rituais, nas cores branca e vermelha. Alguns incluem uma pedra-ímã nos itens a oferecer-lhe.

5. OGUM MATINATA - Defende os campos onde são feitas as oferendas para Oxalá, bastante comuns em colinas floridas. Não há muitos médiuns que conseguem tê-lo como Guia, pois é bastante difícil de incor­porar. Suas cores são branca e vermelha, predominando mais o branco. Suas oferendas devem ser entregues em campos com muitas flores. Apesar de guardar as oferendas de Oxalá, não vibra diretamente com o mesmo.

6. OGUM IARA - Esta é a falange que trabalha nos rios, lagos e cachoeiras, grande colaborador de Oxum. Suas cores são branca e vermelha e também, algumas vezes, verde e vermelha, simbolizando a mata. Suas oferendas devem ser feitas em rios, lagos e cachoeiras. Seu nome significa “Senhor”, trabalhando para Oxum. Suas oferendas deverão ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.

7. OGUM DELE (ou de Lei) - Traz consigo a vibração pura de Ogum e trabalha para todo o Planeta. É a própria Lei regendo os reajustes cármicos. Cruzamento vibratório de Ogum com Xangô. Reino imediações da pedreira, pois a pedreira é o reino de Xangô.

Mas suas oferendas podem ser feitas em qualquer lugar do mundo, acrescida de uma vela oferecida ao tempo.Seu nome significa “Aquele que Toca o Solo”. São eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.

OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).

CARACTERÍSTICAS:

Dia comemorado em 23 de abril, juntamente com São Jorge e Sigurd
Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: Quinta-Feira
Planeta: Marte
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
Planta : Espada de São Jorge
Flor : Palmas brancas e vermelhas
Local : Humaitá e campinas, beira de trilhos do trem.
Símbolos : espada e lança, além do escudo.
Saudação : Ogum Inhê meu pai! Patacorê Ogum !

OGUNHÊ MEU PAI OGUM, SALVE JORGE, SALVE SIGURD, SALVE OS GRANDES GUERREIROS DO CRIADOR!!!

Humildemente pesquisado e escrito por mim Anna Aguyrre, na intenção de homenagear meus nobres Pai Ogum e São Jorge.

FONTES:

- Internet

- Wikipédia

- Livro: Código de Umbanda de Rubens Saraceni

4 comentários:

  1. Adorei o blog Anna,parabéns!!!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado Maura ele é todo teu, é só chegar. Seja sempre bem vinda.

    ResponderExcluir
  3. Minha contribuição e homenagem pra OGUM (SALVE JORGE!) https://www.youtube.com/watch?v=9QEI3J_sW7U&feature=player_embedded

    ResponderExcluir
  4. Valeu André, ti mandei um e-mail. Grande Abraço e seja muito bem vindo.
    Namastê!!!

    ResponderExcluir